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Safra de café tem queda de 1,6% e encerra 2024 com 54,2 milhões de sacas, aponta Conab

Apesar do resultado de 1,6% abaixo do volume produzido na safra de 2023, exportações bateram recorde no setor cafeeiro; destaque para Minas Gerais

Minas Gerais segue na liderança de maior estado produtor de café no país

A safra brasileira de café encerrou a produção de 2024 com 54,2 milhões de sacas de 60kg, segundo o 4º e último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (21).

O resultado é 1,6% abaixo do volume produzido na safra de 2023. Quando comparado com 2022, último ano de alta de bienalidade — variação da produção agrícola de um ano para o outro —observa-se um crescimento de 3,3 milhões de sacas.

As mudanças climáticas são alguns dos fatores para a redução e variação da produção no setor cafeeiro, com geadas, estiagem e altas temperaturas. O clima adverso registrado no ano passado e no final de 2023 trouxe impacto para importantes regiões produtoras de café, influenciando negativamente na produtividade média das lavouras.

A área total destinada à cafeicultura no país, em 2024, totaliza 2,23 milhões de hectares, sendo 1,88 milhão de hectares com lavouras em produção e 353,6 mil hectares em formação. A produtividade média nacional de café - finalizada em 28,8 sacas por hectares - é 1,9% abaixo da obtida na safra de 2023.

Minas segue como maior estado produtor

Apesar de vários desafios, Minas Gerais segue na liderança de maior estado produtor de café no país. O estado, responsável por 52% da produção, registrou uma colheita de 28,1 milhões de sacas, queda de 3,1% em comparação ao total colhido na safra anterior.

A redução deve às estiagens acompanhadas por altas temperaturas durante o ciclo das lavouras.

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Café arábica e conilon

O desempenho médio do arábica teve um pequeno incremento de 0,2% devido às adversidades climáticas durante o desenvolvimento das lavouras observadas, principalmente, em Minas Gerais. Com isso, a produção de arábica totaliza 39,6 milhões de sacas de café beneficiado, aumento de 1,8% em relação à safra passada.

Já para o conilon, a Conab verificou uma redução de 5,9% na produtividade média, o que resulta em uma safra de 14,6 milhões de sacas. Apenas no Espírito Santo, a produção atingiu 9,8 milhões de sacas, redução de 3,1% em relação ao volume obtido em 2023.

Alta nas exportações

O Brasil exportou 50,5 milhões de sacas de 60 quilos de café em 2024, número que representa um novo recorde e alta de 28,8% na comparação com o ano anterior, segundo dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). As exportações geraram uma receita de US$ 12,3 bilhões em 2024, o maior valor já registrado no Brasil, representando uma alta de 52,6% na comparação com 2023.

Entre os motivos que contribuíram para o crescimento nas exportações de café do país em 2024 estão a valorização do produto no mercado internacional e a valorização do dólar. O cenário de oferta e demanda global ajustado influenciou a alta dos preços do produto no ano passado, mesmo com a recuperação da produção em alguns países. Outro fator altista para os preços foi a ocorrência de novas adversidades climáticas em importantes países produtores, que limita a recuperação da oferta futura.


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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde