As exportações brasileiras do agronegócio alcançaram o segundo maior valor da série histórica mesmo com queda de 1,3% em 2024. O agro gerou cerca de US$ 164,4 bilhões, cerca de US$ 2 bilhões a menos que 2023, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária.
O número foi influenciado pela redução nas vendas do complexo soja e de cereais, consequência de uma menor safra e de preços internacionais mais achatados. Apesar disso, foi compensada pelo incremento das exportações de segmentos tradicionais, como carnes (+11,4%), complexo sucroalcooleiro (+13,3%), produtos florestais (+21,2%) e o carro-chefe: café (+52,6%).
Outros setores, como fibras têxteis, sucos, cacau e seus derivados e produtos hortícolas, também registraram crescimento expressivo.
Quanto às importações de produtos do agronegócio, as compras externas foram de US$ 19,3 bilhões, um aumento de 16,2%. Os seis principais setores exportadores do agronegócio foram:
- Complexo soja, com US$ 53,9 bilhões, respondendo por 32,8% do total exportado;
- Carnes (com US$ 26,2 bilhões, 15,9% do total);
- Complexo sucroalcooleiro (com US$ 19,7 bilhões, 12%);
- Produtos florestais (US$ 17,3 bilhões, 10,5%);
- Café (US$ 12,3 bilhões, 7,5%);
- Cereais, farinhas e preparações (com US$ 10 bilhões, 6,1%).
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Principal destino
A China manteve a liderança como o principal destino das exportações brasileiras, somando US$ 49,7 bilhões. O principal produto exportado para os chineses foi soja em grão, com vendas de US$ 31,5 bilhões (queda anual de US$ 7,4 bilhões) e 72,6 milhões de toneladas, ou 63% das exportações do agronegócio.
Em seguida aparece a União Europeia (US$ 23,2 bilhões) e os Estados Unidos (US$ 12,1 bilhões). Mercados como África (+24,4%) e Oriente Médio (+20,4%) também ganharam relevância, impulsionados pela retomada das relações diplomáticas e por ações de promoção comercial.
Segundo a pasta, o ano de 2024 apresentou ‘recordes de exportação para diversos produtos nos quais o Brasil tem ampliado sua participação no mercado internacional, fruto de novas oportunidades geradas pelo número recorde de aberturas e ampliações de mercados’.
Perspectivas para 2025
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a safra brasileira de grãos (cereais, leguminosas e oleaginosas), em 2025, deve somar 314,8 milhões de toneladas, crescimento de 7,0% em relação a 2024 ou 20,5 milhões de toneladas.
De acordo com o ministro Carlos Fávaro, a projeção de safra recorde de grãos neste ano poderá afetar positivamente as exportações do agronegócio em 2025, em virtude da maior disponibilidade no volume de grãos que poderá ser exportado.
“As perspectivas de recordes de safra e de produção de diversos produtos do agronegócio, aliadas à manutenção do esforço para abertura e ampliação de mercados e ao incremento substancial das ações de promoção comercial realizadas em parceria com a Apex Brasil e o Ministério das Relações Exteriores, apontam para novos recordes em volume e valor neste ano”, disse Fávaro na nota.