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Feira transferida da Cidade Administrativa para Lourdes movimenta R$ 121 mil em três meses

Empreendimento criado para escoar produtos oriundos da agricultura familiar melhora a renda dos produtores, agrada consumidores e ainda dá uma força à sucessão rural

Consumidores aprovaram a feira em frente ao BDMG na Rua Bernardo Guimarães, em Lourdes

Um pedacinho da roça na cidade. Feirinhas de hortifrutigranjeiros em áreas urbanas costumam ser um sucesso. Ainda mais se forem de produtos oriundos da agricultura familiar. Quem não gosta de adquirir uma hortaliça fresquinha e livre de agrotóxicos, bem ali na esquina de casa?

Além de agradar o consumidor, esses empreendimentos são uma boa estratégia para incentivar o empreendedorismo e promover a geração de renda no meio rural. Uma prova disso é Feira da Agricultura Familiar e Urbana “Do Campo pra Cá” organizada pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

Há três meses, ela foi transferida da Cidade Administrativa (CAMG) - esvaziada por causa do grave problema nos elevadores - para a Rua Bernardo Guimarães, 1.600, Lourdes, em frente ao banco, na região Centro-Sul da capital. Com a maior circulação de pessoas, as vendas totalizaram R$ 121 mil - um aumento de 35% - com destaque para os queijos, os cafés e as hortaliças. De acordo com a Seapa, em cada edição realizada na Cidade Administrativa em 2024, o valor comercializado foi de cerca de R$ 13 mil. Já nas edições da feira no BDMG, foi apurado um montante em torno dos R$ 20 mil, em cada evento. Em off, uma fonte ouvida pela Itatiaia disse que a viabilização da feira em frente à sede do banco já estava prevista e acabou coincidindo com as obras na sede do governo.

Feirantes comemoram melhoria na renda

Heloísa Libéria Desidério é uma das feirantes mais antigas e começou a participar na CAMG, há dez anos. Suas hortaliças e legumes agroecológicos são produzidos em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte e, para ela, a feira no BDMG tem sido muito vantajosa. “As pessoas estão gostando e melhorou muito a nossa renda”. Ela conta com assistência da Emater-MG e foi por meio de um técnico que conseguiu chegar à primeira feira. “Agradeço muito a ele e ao Governo de Minas por terem nos colocado nesses espaços”, destacou.

Na outra ponta, Jaqueline Rocha é estreante nesses eventos. Ela produz bolos caseiros junto a uma equipe de quatro mulheres em Belo Horizonte e se espantou com a recepção do público: já na primeira vez, 80% dos produtos foram vendidos em menos de uma hora. “Torcemos para sermos convidados mais vezes, porque temos o sonho da nossa marca crescer. O incentivo é muito grande, a organização é ótima. É uma forma de valorizar quem está começando, de promover o trabalho artesanal”, analisa.

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Produtores e moradores da região elogiam a iniciativa

“As feiras livres são excelentes alternativas para o escoamento dos produtos da agricultura familiar”, explica a diretora de Comercialização e Mercados da Seapa, Jaqueline Santos. A parceria com o BDMG tem sido de grande sucesso: “os feirantes têm elogiado e pedido para participarem mais vezes. Já os trabalhadores e moradores da região gostam da facilidade do acesso a produtos de qualidade direto dos produtores”, acrescenta.

Jaqueline reforça que estar em dia com a regularização sanitária é um dos principais critérios para escolha dos participantes. Outros são a diversidade de municípios e de produtos. Pelas bancas das feiras já passaram diversas cidades e produtos como azeites, cachaças, doces, mudas e produtos defumados.

Incentivo à sucessão: filhos dos produtores gostam de participar

O sucesso das feiras também incentiva que a família permaneça no campo, encorajando as novas gerações. É o que conta Geiziel Cândido dos Santos, produtor de mexerica ponkan e limão, em Mário Campos. Ele está sempre acompanhado da esposa Larissa ou dos filhos Pedro e Felipe nos eventos e conta que os meninos querem dar continuidade à plantação do pai. “Eles adoram a movimentação, vira uma festa”.

“Na época da safra a participação nas feiras melhora muito a minha renda. Estou construindo uma loja e o dinheiro hoje é todo para investir nisso, Realmente é uma ajuda muito bem-vinda”. Geiziel ainda comenta a troca com os consumidores: “O pessoal trata a gente muito bem. Eles compram as mexericas, experimentam, gostam, fazem propaganda e voltam para comprar mais”.

SERVIÇO:

Feira da Agricultura Familiar e Urbana “Do Campo pra Cá” - Rua Bernardo Guimarães, 1.600, Lourdes. Quinzenalmente, às quartas-feiras, de 10h às 15h. A próxima será em 18 de setembro.

* Com informações de Janaína Rochido da Seapa

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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.