Fávaro mantém otimismo com acordo Mercosul-UE e nega impacto do tarifaço mexicano

Ministro da Agricultura defende que o acordo com União Europeia seja assinado imediatamente e aperfeiçoado posteriormente

Assinatura do acordo comercial está prevista para o próximo sábado (20)

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou uma “expectativa muito positiva” para a assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) prevista para o próximo sábado (20), em Foz do Iguaçu (PR).

Em um momento em que a parte europeia do tratado se movimenta para impor medidas protecionistas, Fávaro admitiu a possibilidade de discutir salvaguardas, mas defendeu que o acordo seja firmado “sem mais delongas”.

“A gente topa até discutir salvaguardas, mas não dá mais para esperar sem acordo firmado. Não adianta ficar procurando o acordo perfeito, por isso passa mais de 25 anos [de discussão], temos que implementar e, gradativamente, ir aperfeiçoando”, afirmou o ministro em coletiva nesta segunda-feira (15).

Desde a semana passada, o Parlamento Europeu tem debatido e votado propostas para aplicação de salvaguardas mais pesadas. Tais medidas visam, principalmente, proteger o agronegócio local, permitindo a suspensão de benefícios tarifários caso os europeus entendam que haja algum prejuízo aos seus setores.

Resistência Europeia

Apesar do otimismo brasileiro, Fávaro reconheceu as novas resistências, lideradas pela França e Itália, que iniciaram uma nova ofensiva contra o tratado. Além deles, Polônia e Hungria também defendem o adiamento da assinatura. Para bloquear o acordo, é necessária uma “minoria” de ao menos quatro países que representem 35% da população da União Europeia.

Questionado sobre as resistências, Fávaro reforçou a crença no “diálogo, com trabalho”, reiterando que a defesa do governo federal é pela implementação e aperfeiçoamento gradativo.

‘Tarifaço mexicano não afeta o agronegócio do Brasil’

Sobre as novas tarifas de importação impostas pelo México, que visam proteger a indústria local e podem impactar cerca de US$ 1,7 bilhão em bens de transformação brasileiros, Fávaro garantiu que a medida não afetará os produtos da agropecuária nacional.

O ministro explicou que o Brasil realizou uma missão preventiva liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin para articular a renovação do Pacic (Pacote Contra a Inflação e a Carestia) com o governo mexicano.

“Nós preventivamente fizemos uma missão ao México... para renovar o Pacic, onde o Brasil é um grande parceiro e fornece produtos da agropecuária sem tarifas ou com tarifas reduzidas. Os projetos em discussão agora [para imposição de novas tarifas] não afetou nenhum produto da agropecuária brasileira”, concluiu Fávaro.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde

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