O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou uma “expectativa muito positiva” para a assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) prevista para o próximo sábado (20), em Foz do Iguaçu (PR).
Em um momento em que a parte europeia do tratado se movimenta para impor medidas protecionistas, Fávaro admitiu a possibilidade de discutir salvaguardas, mas defendeu que o acordo seja firmado “sem mais delongas”.
“A gente topa até discutir salvaguardas, mas não dá mais para esperar sem acordo firmado. Não adianta ficar procurando o acordo perfeito, por isso passa mais de 25 anos [de discussão], temos que implementar e, gradativamente, ir aperfeiçoando”, afirmou o ministro em coletiva nesta segunda-feira (15).
Desde a semana passada, o Parlamento Europeu tem debatido e votado propostas para aplicação de salvaguardas mais pesadas. Tais medidas visam, principalmente, proteger o agronegócio local, permitindo a suspensão de benefícios tarifários caso os europeus entendam que haja algum prejuízo aos seus setores.
Resistência Europeia
Apesar do otimismo brasileiro, Fávaro reconheceu as
Questionado sobre as resistências, Fávaro reforçou a crença no “diálogo, com trabalho”, reiterando que a defesa do governo federal é pela implementação e aperfeiçoamento gradativo.
‘Tarifaço mexicano não afeta o agronegócio do Brasil’
Sobre as novas tarifas de importação impostas pelo México, que visam proteger a indústria local e podem impactar cerca de US$ 1,7 bilhão em bens de transformação brasileiros, Fávaro garantiu que a medida não afetará os produtos da agropecuária nacional.
O ministro explicou que o Brasil realizou uma missão preventiva liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin para articular a renovação do Pacic (Pacote Contra a Inflação e a Carestia) com o governo mexicano.
“Nós preventivamente fizemos uma missão ao México... para renovar o Pacic, onde o Brasil é um grande parceiro e fornece produtos da agropecuária sem tarifas ou com tarifas reduzidas. Os projetos em discussão agora [para imposição de novas tarifas] não afetou nenhum produto da agropecuária brasileira”, concluiu Fávaro.