Uma semana após fechamento da Clínica Odontológica Arcata, em Belo Horizonte, clientes continuam sem respostas. “Estou triste, lesada, decepcionada e sem esperança em conseguir resolver o problema”, disse C.A.N.O, de 60 anos, que contratou o serviço em novembro de 2020 por R$ 13 mil.
Na noite do dia 7 de março, a empresa enviou um comunicado aos clientes, fornecedores e trabalhadores dizendo que a clínica encerraria as atividades após 14 anos.
“Enviaram mensagem por WhatsApp dizendo que estavam encerrando as atividades e falando para entrar em contato por um e-mail. Enviei a mensagem porém, após uma semana, entraram em contato dizendo que, pelo acúmulo de mensagens, era para informar para outro e-mail o meu caso. Enviei novamente, porém não obtive resposta”, contou.
Carla está com pinos e uma prótese provisória, que impacta para a mastigação. Por isso, precisa de uma resposta com urgência. “Isso além de provocar ferimentos internos na boca por serem pinos de ferro e, as vezes, tenho inflamações da gengiva”, contou
Ela conta que pretende registrar este boletim e entrar na justiça. “Acredito que a demora será longa, nas eles não podem ficar impunes”, acrescentou.
Nesta quinta (16), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que o inquérito policial segue em tramitação apurando as ocorrências registradas relacionadas à clínica de tratamentos dentários.
“A PCMG tem realizado oitivas e diligências no curso da investigação e mais informações serão repassadas em momento oportuno”, disse.
Comunicado da clínica
“Encerramos este capítulo da nossa história com a certeza de que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para continuar”, disse no início da semana.
A nota aponta que a odontologia foi uma das atividades econômicas mais atingidas pela crise da provocada pela pandemia de Covid-19: “Para se ter uma ideia, fomos impedidos de exercer nossa atividade durante vários meses, sem que os custos para a manutenção de nossa estrutura ou pessoal fossem interrompidos”, complementou.
Tal situação resultou na queda da arrecadação e, mesmo com a retomada das atividades, a empresa não conseguiu se recuperar.
“Com o retorno gradual das atividades, as imposições de restrições rígidas dos órgãos públicos à nossa atividade, embora necessárias naquela época de incertezas, impossibilitou a equalização das finanças do empreendimento, resultando em uma batalha árdua mas ao final inócua frente a inviabilidade econômica que se apresentou nos anos que se passaram”, informa a nota.
Como denunciar
A Polícia Civil orienta que todo consumidor, residente em BH, que se sentir lesado pela empresa, compareça à Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor na capital.
Moradores de outras cidades, incluindo a Região Metropolitana de BH, a recomendação é procurar a delegacia mais próxima de casa para o devido registro dos fatos e representação criminal. Os endereços e contatos das unidades estão disponíveis no site www.policiacivil.mg.gov.br.
“A PCMG recomenda, ainda, que os consumidores apresentem todos os possíveis elementos de prova, como documentos, mensagens via aplicativo e/ou e-mail, para colaborar com o trabalho investigativo”, informou.
Contato
De acordo com a nota, os pacientes que possuem contratos ativos poderão entrar em contato com o e-mail administrativo@arcata.com.br para tratar da negociação para suspensão dos pagamentos.
A reportagem tentou entrar em contato com a empresa e aguarda um posicionamento.