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Os segredos de ‘A Última Ceia': obra-prima de Leonardo da Vinci desafia o tempo e especialistas

Pintada entre 1495 e 1498, a icônica cena bíblica enfrentou séculos de deteriorização, guerras e restaurações, mas ainda impressiona pela técnica e simbolismo

‘A Última Ceia’ de Leonardo da Vinci

No antigo convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão, na Itália, uma pintura de quase nove metros continua atraindo visitantes e estudiosos mais de 500 anos após sua criação. “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, é uma das obras mais estudadas da história da arte, conhecida por sua técnica ousada e pelos enigmas que a cercam.

A encomenda surgiu durante uma grande reforma do convento, ordenada por Ludovico Sforza, duque de Milão, que pretendia transformar o local em mausoléu da família. Leonardo foi encarregado de decorar a parede norte do refeitório com a cena bíblica em que Jesus anuncia a traição de um dos apóstolos durante a Última Ceia, momento que originou o rito da Eucaristia.

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De acordo com o portal especializado Art News, o artista rompeu com a tradição dos afrescos e criou uma técnica própria, combinando têmpera e óleo sobre gesso seco, método que permitia maior detalhamento, mas tornou a pintura extremamente frágil. O mural começou a se deteriorar ainda no século XVI, e passou por séculos de danos, enchentes, bombardeios e restaurações. A mais longa, liderada por Pinin Brambilla Barcilon, durou de 1977 a 1999 e buscou recuperar parte da aparência original.

A composição também chama atenção pelo simbolismo. Jesus aparece no centro, sem halo, em forma triangular, representando a Santíssima Trindade. À sua volta, os apóstolos reagem com diferentes emoções ao anúncio da traição: surpresa, raiva, dor e calma. Judas surge isolado, com uma bolsa de moedas e um saleiro virado, “símbolos do infortúnio”.

Ainda conforme destaca o Art News, mesmo desgastada, “A Última Ceia” continua sendo um marco da arte renascentista. O site enfatiza, também, que a influência da obra se estende por séculos e desperta fascínio até hoje, como “prova da genialidade e do olhar inovador de Leonardo da Vinci, um artista que desafiou não só as técnicas de sua época, mas também o próprio tempo”.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.