Em 1898, o
O paralelo impressiona. Tanto o navio fictício quanto o real eram considerados ‘inafundáveis’, tinham três hélices, quatro chaminés, dois mastros e navegavam em velocidade máxima em sua viagem inaugural. Ambos colidiram com icebergs próximos à costa de Terranova e naufragaram deixando centenas de mortos devido à insuficiência de botes salva-vidas.
Robertson, que havia trabalhado por mais de duas décadas na marinha mercante, tinha amplo conhecimento sobre embarcações e os riscos do mar. Por isso, a precisão de sua narrativa chama a atenção até hoje.
Nascido em Nova York em 1861, Robertson deixou a carreira no mar para trabalhar no ramo de joias antes de se dedicar à literatura. Produziu contos publicados em revistas como ‘McClure’s Magazine’ e ‘Saturday Evening Post’, sempre explorando temas marítimos. Seu estilo não o consagrou como grande escritor, mas sua imaginação visionária marcou a história.
Além da previsão do Titanic, ele antecipou, em 1905, o uso do periscópio em submarinos - tecnologia já em desenvolvimento, e em 1914 descreveu em ‘Beyond the Spectrum’ (‘Além do espectro’) um conflito futuro entre Estados Unidos e Japão, incluindo ataques aéreos surpresa em um domingo — algo que lembraria, décadas depois, o ataque a Pearl Harbor, em 1941.
Morgan Robertson morreu em 1915, aos 53 anos, em um hotel em Atlantic City (EUA).