O escritor peruano Mario Vargas Llosa morreu aos 89 anos nesse domingo (13), em Lima. Llosa teve uma carreira de décadas, em que produziu dezenas de obras, participou de controvérsias e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura.
Um gigante da cultura latino-americana, Llosa usou imagens poderosas e narrativa fantástica para explorar questões como a violência masculina, a desordem social e a política autoritária, lançando luz sobre seu continente natal durante períodos frequentemente marcados por repressão política ou agitação.
Ele nasceu na cidade de Arequipa, no sul do Peru, mas viveu na Bolívia durante alguns anos de sua infância antes de retornar ao Peru, onde passou um período em uma academia militar — que mais tarde se tornaria o tema de seu primeiro livro, A Cidade e os Cachorros, publicado em 1962.
O romance causou grande indignação entre a elite militar do país na época e lhe rendeu críticas de alguns dos principais generais do Peru. No entanto, ele continuou a escrever sobre os desafios de sua nação em seus romances, enquanto vivia em cidades como Paris, Lima e, mais tarde, Madri.
Ele tentou entrar na arena política em 1990 como candidato à presidência do Peru por um partido de direita, embora tenha perdido. Pouco depois de ganhar o Prêmio Nobel, ele disse à emissora norte-americana NPR que a literatura é mais do que política — trata-se da vida em todas as suas dimensões.
Nos últimos anos, ele atraiu críticas por comentários sobre temas como o papel do feminismo na literatura e o crescente número de jornalistas assassinados no México, mas seus livros continuaram a ser reimpressos e vendidos em dezenas de idiomas ao redor do mundo.
Ele morreu em Lima no domingo, cercado pela família e “em paz”, anunciou seu filho em um comunicado.
Obras mais conhecidas de Vargas LLosa
- ‘Conversas no Catedral’ (1969)
- ‘Pantaleão e as visitadoras’ (1973)
- ‘Tia Júlia e o escrevinhador’ (1976)
- ‘A guerra do fim do mundo’ (1981)
- ‘Travessuras da menina má' (2006)
