O assunto que chegou a todo canto esta semana é o sumiço — e a implosão — do submergível Titan, uma cápsula que levava turistas aos destroços do Titanic no fundo do mar, a 3,7 km de profundidade no Atlântico Norte. Os cinco tripulantes desapareceram há uma semana horas depois de iniciar uma expedição e o caso só restou esclarecido na quinta-feira (22): a provável perda de pressão teria causado a implosão da cápsula e dos cinco ocupantes em segundos, em um movimento semelhante ao esmagamento de uma latinha de refrigerante.
O fascínio por histórias no mar ganha mais um capítulo com a implosão do submarino Titan: certo é que a imensidão dos oceanos e os perigos debaixo d'água sempre cativaram escritores e leitores. Confira:
20 Mil Léguas Submarinas
Um dos maiores clássicos da literatura se passa justamente nas profundezas do mar: “20 Mil Léguas Submarinas”, de Júlio Verne, tem opções para todos os gostos: o texto integral, versões adaptadas para o público juvenil e HQs de vários estilos.
Quandi foi publicado, em 1869, o fundo do mar era um ilustre desconhecido da ciência, levando Verne a combinar conhecimentos em navegação com a imaginação de criaturas que habitam a casca do oceano. Inesquecível história do capitão Nemo no submarino Nautilus.
Titanic
Para quem é obcecado pelo naufrágio do Titanic (não é spoiler!), centenas de livros alimentam a imaginação pela história, imortalizada no cinema por James Cameron, Leonardo Di Caprio e Kate Winslet, que é até hoje um dos recordistas de premiações no Oscar.
“Uma Noite Fatídica”, de Walter Lord (Editora Três Estrelas) traz uma investigação do acidente: é baseado em entrevistas com cerca de 60 sobreviventes e explica como o magnífico navio submergiu no trajeto entre a Inglaterra e os Estados Unidos.
“Titanic: Minuto a Minuto”, de Jonathan Mayo (Editora Vestígio), reconstrói a viagem do Titanic minuto a minuto, recurso que leva ao leitor a evolução nos minutos críticos que afetaram a estrutura do navio e o desespero dos passageiros e tripulantes diante do iceberg que o destroçou.
O Velho e o Mar
Um senhor exausto, sozinho, em um pequeno barco, que não pesca nada há 84 dias luta contra um peixe gigante em uma jornada que revela muito sobre coragem e dedicação. “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway (Bertrand Brasil), é uma história inesquecível. O americano coloca o pescador Santiago no limite do delírio e na luta pela sobrevivência. Um desejo cruel de capturar algo maior do que se consegue suportar. Um livro curto e essencial em que Hemingway desenha como o homem é uma gota na imensidão da natureza.
Moby Dick
“Me chamem de Ismael": assim começa um dos grandes clássicos da literatura. A caçada à baleia branca foi imortalizada em “Moby Dick” por Herman Melville. O livro saiu em 1851, milênios antes de qualquer consciência ambiental. No entanto, o animal passa de terrível criatura a inacreditável criação divina que ilumina toda a história. Um romance cheio de significados entre os mistérios do mar. Disponível também em versões adaptadas para crianças e em quadrinhos.
Klink
Em alto mar, enfrentar perrengues é a única certeza. O navegador Amir Klink relata, em uma série de livros muito bem escritos, travessias inacreditáveis realizadas em pequenos barcos. Apesar do nível de dificuldade, Klink garante que a tarefa é segura — quando planejada detalhadamente por profissionais experientes e não encaradas como ‘aventuras’.
Em “Cem Dias Entre Céu e Mar” (Companhia das Letras), o navegador brasileiro conta como atravessou o Atlântico em um minúsculo barco a remo. “Paratii” (Companhia das Letras) retrata a viagem solitária de Klink pela Antártida em 1989: uma jornada de 22 meses praticamente sozinho, dos quais meio ano imobilizado no gelo. “Mar Sem Fim” (Companhia das Letras) conta a volta ao mundo mais rápida e perigosa: Klink levou cinco meses, entre 1998 e 99, para atravessar toda a circunferência da Antártida.
A filha, Tamara Klink, já escreveu sobre velejar no Mar do Norte (“Mil Milhas”, editora Peirópolis) e lança agora “Nós, o Atlântico em Solitário” (Companhia das Letras), que detalha a travessia França-Brasil, realizada durante a pandemia, que a colocou, aos 24 anos, como a pessoa mais jovem a cruzar sozinha o Atlântico.
