Ouvindo...

‘Vada a bordo, cazzo': 16 anos depois de condenação, ex-capitão do Costa Concordia desiste de semiaberto

Naufrágio do navio Costa Concordia deixou 32 mortos em janeiro de 2012, na Itália

Schettino retornou ao local do desastre pela primeira vez como parte do julgamento contra ele.

O ex-capitão Francesco Schettino, condenado a 16 anos e um mês de prisão pelo naufrágio do navio Costa Concordia em janeiro de 2012, na Itália, renunciou ao pedido de progressão para o regime semiaberto. A informação foi confirmada por sua advogada, Francesca Carnicelli.

Segundo Francesca, a desistência aconteceu devido a “dificuldades com a proposta de trabalho que havia sido submetida à Justiça”. “O procedimento foi encerrado”, afirmou Carnicelli, explicando que a decisão de desistir partiu do próprio Schettino por considerar que “não havia mais condições”.

A advogada ressaltou que, caso surjam novas oportunidades no futuro, um novo pedido poderá ser feito. Schettino cumpre pena na penitenciária de Rebibbia, em Roma, desde sua condenação definitiva em 2017. Ele já tem permissão para saídas temporárias da prisão por bom comportamento.

Leia também

Relembre o naufrágio do Costa Concordia

O naufrágio do Costa Concordia aconteceu na noite de 13 de janeiro de 2012, quando o transatlântico se chocou contra rochas na costa da Ilha de Giglio, na Toscana, um popular destino turístico. O impacto causou o tombamento lateral da embarcação e a tragédia resultou na morte de 32 pessoas, com o corpo da última vítima sendo encontrado apenas em novembro de 2014, durante o processo de desmontagem do navio em Gênova.

A presença do navio encalhado impactou a vida dos moradores de Giglio por quase dois anos e meio. Na sentença contra Schettino, a Suprema Corte disse que o ex-capitão manteve uma rota e velocidade “totalmente inadequadas”, com o objetivo de fazer uma “saudação à ilha de Giglio”, prática comum em navios de cruzeiro. No entanto, a aproximação excessiva das rochas levou ao encalhamento do transatlântico, evidenciando a falta de “diligência, prudência e perícia necessário” por parte do comandante.

Schettino também ficou conhecido como “capitão covarde” por abandonar o navio antes que todos os passageiros fossem resgatados. Em uma conversa divulgada pelo oficial da Capitania dos Portos Gregorio De Falco, ele ignorou a ordem de “Vada a bordo, cazzo” (“Volte a bordo”).

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.