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Militares assumem poder em Madagascar após fuga de presidente

Coronel Michael Randrianirina anunciou a tomada do poder; ele foi o líder de um grupo de soldados que se juntou aos manifestantes no fim de semana

Andry Nirina Rajoelina, Presidente da República de Madagascar, discursa no debate geral da septuagésima sétima sessão da Assembleia Geral.

Após a fuga do presidente Andry Rajoelina, de Madagascar, militares assumiram o controle da ilha no Oceano Índico, anunciou um coronel do Exército nesta terça-feira (14).

“Tomamos o poder”, disse o coronel Michael Randrianirina. Ele foi o líder de um grupo de soldados que se juntou aos manifestantes no fim de semana.

O coronel acrescentou que os militares estavam dissolvendo todas as instituições, exceto a câmara baixa do Parlamento, que votou a favor do impeachment do presidente minutos antes.

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Dissolução do Parlamento

Ainda nesta terça, Rajoelina dissolveu o Parlamento de Madagascar por meio de um decreto, que foi publicado pouco antes de uma votação que o tiraria do cargo.

O decreto de dissolução do Parlamento entrará em vigor “imediatamente após a publicação por transmissão de rádio e/ou televisão”. Nessa segunda-feira (13), em uma declaração, Rajoelina descartou a possibilidade de renunciar e pediu “respeito à Constituição”.

Em outro post, o presidente defendeu a dissolução do Parlamento como uma forma de “reestabelecer a ordem em nossa nação e reforçar a democracia”.

O presidente enfrentou mais de duas semanas de protestos nas ruas, liderados pela Geração Z - aqueles que nasceram entre 1995 e 2009. Os jovens também protagonizaram protestos no Nepal e no Peru, por exemplo.

Protestos em Madagascar

Os protestos no país se iniciaram devido a cortes de água e energia elétrica. Depois, houve denúncias contra corrupção, os políticos e falta de oportunidades.

Militares se juntaram aos manifestantes no último sábado (11) e pediram às forças de segurança para rejeitarem as ordens para atirar contra a população.

O presidente do país foi eleito em 2018 e reeleito em 2023 em uma votação boicotada pela oposição. No Madagascar, o mandato é de cinco anos.

A oposição tenta destituí-lo por suposta negligência nas funções, após relatos de que ele teria fugido do país. O presidente, porém, afirmou que estava refugiado em um “lugar seguro” após ser supostamente alvo de atentados.

*Com AFP

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.