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Segundo o boletim, a melhora neurológica se dá principalmente pela diminuição da pressão intracraniana. “Quando se menciona que há melhora no edema, penso que o indicador, que é a hipertensão endocraniana num paciente já operado, é favorável. É dizer, o paciente começou a superar, por seus próprios meios, a condição crítica em que estava”, explicou Burgos.
O médico também observou que, passadas as primeiras 72 horas - período considerado crucial -, a resposta clínica pode permitir uma leve redução na sedação do paciente, atualmente em coma induzido. “Eu não creio que estejamos longe dessa fase. Mais ou menos, em cinco dias, vai-se baixando paulatinamente. Em medicina intensiva, especialmente na neurocirurgia, não se fazem manobras bruscas”, ressaltou.
Apesar dos avanços, Burgos alertou que a situação de Uribe continua grave e que complicações ainda podem surgir, como infecções hospitalares, persistência do edema, fístulas de líquor, distúrbios de coagulação e possíveis sequelas neurológicas. No entanto, destacou um fator positivo: “Os pacientes em estado crítico, e isso não foi dito abertamente, têm um ponto a favor quando são jovens. A juventude faz com que a resistência às medidas terapêuticas seja favorável.”
Outro ponto observado foi uma “tendência à estabilização hemodinâmica”, citada no boletim. Isso indica uma melhora nos sinais vitais como pressão arterial e frequência cardíaca. “Se o paciente mantém sua volemia, sua tensão e sua frequência cardíaca, pode-se dizer que há tendência à estabilização”, explicou.
O médico também diferenciou dois aspectos importantes no tratamento: sobreviver e preservar a função neurológica. Ainda não é possível prever as consequências funcionais, mas os sinais atuais são considerados encorajadores. Burgos finalizou com um apelo: “Deus queira que as orações de todos os colombianos surtam efeito e as medidas terapêuticas sejam eficazes na recuperação do senador Uribe.”