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‘Em 10 anos, maioria das tarefas humanas poderá ser realizada por IA’, diz Bill Gates

Cofundador da Microsoft analisou impactos da Inteligência Artificial e perspectivas para a próxima década

Bill Gates, cofundador da Microsoft, compartilhou recentemente sua visão sobre o futuro da inteligência artificial (IA). Em entrevista ao “The Tonight Show”, apresentado por Jimmy Fallon, ele afirmou: “Em dez anos, a maioria das tarefas humanas poderá ser realizada por inteligência artificial”.

Desde a fundação da Microsoft, em 1975, ao lado de Paul Allen, Gates se consolidou como referência em tecnologia e inovação. Para ele, a IA é uma ferramenta capaz de abrir novas possibilidades em áreas como educação, saúde e produtividade.

Em 2022, Gates destacou em seu blog que a IA é “a melhor ferramenta para reduzir desigualdades já criada”, especialmente em relação à expectativa de vida em países menos favorecidos. Apesar de aposentado profissionalmente, o empresário mantém otimismo quanto ao impacto positivo dessa tecnologia na próxima década.

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Apesar das previsões sobre a expansão da IA, Gates apontou três áreas que continuarão a exigir presença humana: biologia, desenvolvimento de software e setor energético.

Ele explicou que, embora a inteligência artificial seja eficiente na análise de grandes volumes de dados e no apoio a decisões, ela não possui pensamento crítico nem capacidade de julgamento diante de situações reais. A IA depende dos dados fornecidos por humanos e não apresenta rigor científico ou técnico próprio. Por isso, o avanço do conhecimento, especialmente em biologia, ainda depende da capacidade intuitiva e analítica dos profissionais.

“Biólogos desempenham um papel essencial no progresso humano e nas descobertas médicas. Embora a IA possa auxiliar na formulação de hipóteses e acelerar descobertas, o processo continua a ser intrinsecamente humano”, afirmou Gates. Ele acrescentou que a IA não possui criatividade genuína nem se adapta completamente à complexidade do mundo real, reforçando a importância do trabalho humano.

Programadores e desenvolvedores também continuarão sendo essenciais. Embora a IA possa operar mais rapidamente que um iniciante, ela é suscetível a erros e falhas, exigindo supervisão humana constante. Além disso, não compreende totalmente a experiência do usuário, o valor de um produto ou as necessidades específicas de um negócio. “Podemos usar a IA para apoiar o desenvolvimento de sistemas complexos, mas o conhecimento humano e a capacidade de adaptação ainda são indispensáveis”, afirmou Gates.

O terceiro campo resistente à automação, segundo o empresário, é o setor energético. Profissionais dessa área são fundamentais para lidar com demandas imprevisíveis, especialmente devido às mudanças climáticas. A IA não consegue gerenciar completamente decisões críticas, como a operação de usinas nucleares, redes de distribuição de energia ou barragens, devido à sensibilidade e complexidade envolvidas.

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, é repórter multimídia no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Antes passou pela TV Alterosa. Escreve, em colaboração com a Itatiaia, nas editorias de entretenimento e variedades.