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CEO de IA da Microsoft faz alerta a profissionais que não se adaptarem à Inteligência Artificial

Mustafa Suleyman descarta demissões em massa, mas vê riscos na falta de requalificação e alerta para fenômeno psicológico ligado ao uso excessivo de IA

Mustafa Suleyman, CEO de IA da Microsoft

O CEO de IA da Microsoft, Mustafa Suleyman, afirmou em entrevista recente que o maior desafio da inteligência artificial não é a eliminação de empregos, mas a velocidade das mudanças. “Minha principal preocupação é que muitas pessoas não serão capazes de se adaptar com rapidez suficiente às mudanças trazidas pela IA”, declarou. Para ele, a transformação está acontecendo tão rápido que muitos trabalhadores podem não ter tempo ou acesso a recursos para se requalificar.

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Suleyman, responsável por produtos como o Copilot, destacou que áreas como atendimento ao cliente e programação já estão sendo profundamente impactadas. “O problema não é a IA acabar com empregos, mas redesenhá-los de forma tão acelerada que a sociedade não conseguirá acompanhar”, alertou.

Prevenção

Segundo o executivo, governos, empresas e instituições de ensino devem agir de forma proativa para evitar um aumento nas desigualdades. Ele defende programas de requalificação, maior acesso a ferramentas digitais e promoção da alfabetização tecnológica. O objetivo, afirma, é permitir que as pessoas “prosperem em uma economia impulsionada por IA, e não apenas sobrevivam nela”.

O risco da ‘AI psychosis’

Além das mudanças no mercado de trabalho, Suleyman chamou atenção para um fenômeno emergente que ele denomina ‘AI psychosis’. Trata-se de uma condição em que indivíduos “começam a perder o contato com a vida real devido à interação excessiva com sistemas de inteligência artificial”, explicou ao ‘Business Insider’. Segundo ele, esse risco é “real e emergente” e tende a afetar especialmente pessoas vulneráveis que passam a confundir interações com bots com relações humanas.

Para mitigar o problema, Suleyman propõe medidas como:

  • Avisos claros sobre as limitações da IA
  • Monitoramento de padrões de uso nocivos
  • Parcerias com profissionais de saúde mental para estudar e reduzir os riscos
Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.