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Já viu uma garrafa no teto de um carro? Entenda o que esse gesto quer dizer e como pode ser bastante útil

Entenda o significado por trás deste gesto curioso

Garrafa de água no teto de um carro

Entre entusiastas do mundo automobilístico, é comum o surgimento de costumes peculiares. Um exemplo é o que acontece nos Estados Unidos com os donos de carros da marca Jeep, que criaram uma prática chamada “ducking”: eles deixam pequenos patos de borracha em veículos de outros motoristas da mesma marca como uma forma bem-humorada de saudação.

Essa ação, que começou como uma brincadeira, acabou se tornando um símbolo de camaradagem. Os patinhos são colocados em pontos visíveis, como o capô ou os retrovisores, e passaram a representar um gesto de respeito e conexão entre os fãs do carro.

Outros grupos também adotaram práticas semelhantes. Donos de veículos Subaru, por exemplo, começaram a usar vacas de brinquedo para demonstrar seu vínculo com a comunidade automotiva.

Já no Brasil, há a brincadeira com o Renault Kwid: quando parado, é comum que quem passa por perto levante a antena com a frase “Kwid parado, antena para o alto”.

Tradição impulsionada pelas redes sociais

Esses costumes ganharam ainda mais força com a ajuda das redes sociais. Fotos e vídeos compartilhados por motoristas ajudam a espalhar essas práticas e fortalecem o senso de comunidade entre pessoas com interesses em comum. Mesmo sem se conhecerem, os participantes sentem que pertencem a um grupo unido pela paixão pelos automóveis.

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Na Argentina, a garrafa tem outra função

Enquanto em alguns países os objetos são usados como símbolo de identidade entre motoristas, na Argentina, a garrafa de plástico no teto do carro serve para outro propósito: indicar que o automóvel está à venda.

Esse costume teve origem nos anos 1940, quando havia uma taxa aplicada sobre a venda de carros usados. Para evitar a cobrança, os proprietários começaram a usar uma garrafa como um aviso discreto de que o veículo estava disponível para negociação, sem a necessidade de anúncios tradicionais.

Sinal simples, mas eficiente

A garrafa no teto tornou-se popular por ser uma solução prática, gratuita e de fácil compreensão. Quem passa por ali já entende que o carro está sendo oferecido à venda, tudo sem cartazes, sem conversa e sem intermediários. Em várias cidades argentinas, ainda é comum ver esse tipo de sinalização até hoje.

E no Brasil?

Diferentemente do que ocorre na Argentina, algumas cidades brasileiras proíbem esse tipo de sinal em veículos estacionados em vias públicas. Dependendo das regras locais, manter um carro parado com qualquer indicativo de venda pode resultar em multa ou até na remoção do veículo, especialmente se ele estiver parado por muito tempo.

Muito além de objetos no carro

Seja por meio de brinquedos para demonstrar simpatia entre motoristas ou com garrafas usadas para indicar um carro à venda, essas pequenas atitudes mostram como os automóveis também são uma forma criativa de comunicação. Mais do que simples transporte, eles expressam identidade, geram conexões e criam vínculos entre pessoas que compartilham a mesma paixão.

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, é repórter multimídia no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Antes passou pela TV Alterosa. Escreve, em colaboração com a Itatiaia, nas editorias de entretenimento e variedades.