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Segundo o documento, o ano de 2024 foi o mais quente já registrado e provocou fortes desequilíbrios. Duas em cada três bacias hidrográficas do planeta apresentaram excesso ou falta de água, o que afetou a qualidade e a disponibilidade dos recursos.
As consequências foram graves: rios da Amazônia atingiram níveis mínimos históricos, o sul da África enfrentou escassez tão severa que governos tiveram de sacrificar animais, e regiões agrícolas dos Estados Unidos viram plantações secar após meses sem chuva. Ao mesmo tempo, enchentes deixaram marcas profundas. A Europa viveu sua pior cheia desde 2013, enquanto o furacão Helene matou pelo menos 230 pessoas nos EUA. Na África Ocidental e Central, as inundações causaram cerca de 1.500 mortes.
O relatório também alerta para o derretimento acelerado das geleiras. Em 2024, a perda chegou a 450 gigatoneladas de gelo, volume que equivale a um bloco de 6,9 quilômetros de lado ou à quantidade necessária para encher 180 milhões de piscinas olímpicas. Esse retrocesso ameaça países que dependem do gelo para gerar energia, irrigar plantações e garantir água potável.
O impacto econômico é igualmente expressivo. Stefan Uhlenbrook, diretor de hidrologia da OMM, destacou que apenas no ano passado, inundações isoladas causaram prejuízos de bilhões de dólares. A desigualdade no acesso à água também aumenta riscos de conflitos entre comunidades e nações.
Para a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, a mensagem é clara: “A água sustenta nossas sociedades, impulsiona nossas economias e mantém nossos ecossistemas”.
O relatório conclui que os efeitos do aquecimento global sobre o ciclo da água reforçam a necessidade urgente de proteger esse recurso vital.