Segundo a veterinária e especialista em comportamento animal Alja Mazzini, da Universidade de Berna, o problema pode estar relacionado ao tipo de brinquedo oferecido. Ela explica que itens como bolinhas e lançadores estimulam jogos repetitivos, o que pode gerar frustração ou esgotamento. “A indústria de brinquedos para animais deveria repensar seus produtos e incluir recomendações de pausas e variação nas brincadeiras”, afirmou a pesquisadora ao Infobae.
O estudo analisou o comportamento de 105 cães de diferentes raças e idades com alta motivação para o jogo. Desse total, 33 apresentaram sinais compatíveis com um padrão de fixação, ignorando comida e interação humana para continuar brincando. Em alguns casos, os animais mostraram ansiedade e inquietação quando o brinquedo era retirado do ambiente.
As cientistas recomendam que tutores fiquem atentos se o cachorro demonstra obsessão pelo brinquedo ou alterações bruscas no comportamento. Nessas situações, o ideal é limitar o tempo de brincadeira e oferecer atividades alternativas, como jogos de farejar, desafios mentais ou simples momentos de descanso.
Especialistas lembram que o jogo é essencial para o bem-estar dos cães, mas deve ser equilibrado. “Brincar é uma ótima forma de vínculo, mas quando vira algo compulsivo, pode causar estresse tanto para o animal quanto para a família”, ressaltou Mazzini.