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Estudo revela que cães podem ficar viciados em brinquedos

Pesquisadoras da Suíça e da Áustria identificaram sinais semelhantes ao vício em alguns cães

Cães que trocam comida, carinho ou descanso por um brinquedo preferido podem estar apresentando mais do que entusiasmo pela brincadeira. Um estudo realizado por pesquisadoras da Suíça e da Áustria indica que alguns animais desenvolvem comportamentos parecidos com a dependência, priorizando o brinquedo acima de outras necessidades básicas. A pesquisa foi publicada na revista Scientific Reports.

Segundo a veterinária e especialista em comportamento animal Alja Mazzini, da Universidade de Berna, o problema pode estar relacionado ao tipo de brinquedo oferecido. Ela explica que itens como bolinhas e lançadores estimulam jogos repetitivos, o que pode gerar frustração ou esgotamento. “A indústria de brinquedos para animais deveria repensar seus produtos e incluir recomendações de pausas e variação nas brincadeiras”, afirmou a pesquisadora ao Infobae.

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O estudo analisou o comportamento de 105 cães de diferentes raças e idades com alta motivação para o jogo. Desse total, 33 apresentaram sinais compatíveis com um padrão de fixação, ignorando comida e interação humana para continuar brincando. Em alguns casos, os animais mostraram ansiedade e inquietação quando o brinquedo era retirado do ambiente.

As cientistas recomendam que tutores fiquem atentos se o cachorro demonstra obsessão pelo brinquedo ou alterações bruscas no comportamento. Nessas situações, o ideal é limitar o tempo de brincadeira e oferecer atividades alternativas, como jogos de farejar, desafios mentais ou simples momentos de descanso.

Especialistas lembram que o jogo é essencial para o bem-estar dos cães, mas deve ser equilibrado. “Brincar é uma ótima forma de vínculo, mas quando vira algo compulsivo, pode causar estresse tanto para o animal quanto para a família”, ressaltou Mazzini.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.