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O estudo utilizou modelos climáticos de alta precisão para prever que, em um mundo mais quente, o Pacífico tropical pode atingir um “ponto de inflexão” passando de um comportamento estável para oscilações mais fortes e frequentes. Esse seria o primeiro registro inequívoco desse tipo de transição em simulações complexas do clima.
De acordo com os pesquisadores, o El Niño poderá causar chuvas extremas e inundações na costa pacífica da América, além de secas severas no Nordeste do Brasil. Nos Estados Unidos, o fenômeno tende a provocar tempestades mais intensas e temperaturas atípicas. Já na Europa, espera-se o aumento de invernos amenos e mudanças nos padrões de chuva.
As simulações indicam ainda que o El Niño mais regular e potente pode se sincronizar com outros fenômenos globais, como a Oscilação do Atlântico Norte e o Dipolo do Oceano Índico. Essa combinação deve gerar flutuações mais intensas nas chuvas, especialmente em regiões como o sul da Califórnia e a Península Ibérica.
Embora o comportamento mais previsível do El Niño possa facilitar as previsões climáticas, os cientistas alertam para desafios crescentes na adaptação humana. “Os impactos amplificados exigirão estratégias mais robustas de planejamento e mitigação”, afirmou Axel Timmermann, coautor do estudo.