Realizada entre 27 e 31 de julho em
Para o neurologista Ricardo Allegri, três frentes se destacaram: “a detecção muito precoce e de baixo custo com novos biomarcadores sanguíneos; a compreensão ampliada da doença, que agora considera o papel da inflamação e do eixo intestino-cérebro; e os novos tratamentos, como anticorpos mais eficazes e mudanças significativas no estilo de vida”.
Cinco avanços de destaque na prevenção e tratamento do Alzheimer, apresentados na AAIC:
1) Exames de sangue mais precisos: Testes como p-Tau217, p-Tau231 e NfL podem detectar alterações cerebrais anos antes dos sintomas, reduzindo custos e evitando exames invasivos.
2) Relação intestino-cérebro: Pesquisas mostram que a microbiota intestinal influencia a inflamação e o acúmulo de proteínas associadas ao Alzheimer, abrindo caminho para novas terapias.
3) Prevenção personalizada: O maior estudo do tipo nos EUA provou que dieta saudável, atividade física, controle vascular e estímulo cognitivo melhoram a cognição em idosos com risco.
4) Fibrinogênio como biomarcador: A proteína, quando presente no cérebro, pode gerar inflamação neurotóxica e acelerar a degeneração, tornando-se alvo de diagnóstico e tratamento.
5) Alzheimer atípico: Novos métodos permitem classificar subtipos da doença e adaptar terapias, incluindo estudos com pessoas com síndrome de Down, grupo de risco genético para a condição.
Prevenção pode evitar quase metade dos casos
Embora não exista cura para o Alzheimer, especialistas ressaltam que até 45% dos casos poderiam ser prevenidos atuando sobre 14 fatores de risco, como hipertensão, diabetes, depressão, isolamento social e má qualidade do sono. “A demência não é inevitável: podemos preveni-la ou atrasá-la com um estilo de vida saudável e estruturado”, afirmou Andersson.
Allegri reforça que políticas públicas baseadas nessas evidências podem gerar impacto sanitário e econômico significativo. E Andersson conclui: “O Alzheimer começa muito antes dos sintomas. Nossas escolhas diárias - alimentação, exercícios, sono, controle da pressão, cuidados auditivos e vida social ativa — são fundamentais para essa prevenção silenciosa, mas poderosa”.