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A potência latino-americana em submarinos com mísseis balísticos: supera Brasil, Alemanha e Coreia do Norte

Marinha de país da América do Sul entra no seleto grupo mundial de forças navais com submarinos avançados e se destaca entre potências militares tradicionais

A frota chilena é composta por dois submarinos da classe Thomson (Tipo 209/1400) e dois da classe Scorpène

Localizado no extremo sul do continente americano e com uma tradição de neutralidade nas duas Guerras Mundiais do século XX, o Chile desponta atualmente como o único país da América Latina a integrar o seleto grupo global de nações com poderosas frotas de submarinos equipados com mísseis balísticos, superando inclusive potências militares como Alemanha e Coreia do Norte.

De acordo com o Ranking 2025 elaborado pela revista especializada Military Watch, a Marinha chilena contabiliza um total de quatro submarinos de ataque, a mesma quantidade de embarcações desse tipo mantidas por França e Reino Unido.

A frota chilena é composta por dois submarinos da classe Thomson (Tipo 209/1400) e dois da classe Scorpène. Todos estão baseados na cidade de Talcahuano e são capazes de fornecer uma dissuasão estratégica, com capacidade de ataque a centros populacionais inimigos.

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Segundo os dados do ranking o Chile possui quatro submarinos de ataque a diesel-elétrico (SSK), dois deles com propulsão independente de ar (AIP).

Os submarinos da classe Thomson, CS Thomson (SS-20) e CS Simpson (SS-21), foram construídos pela empresa alemã Howaldtswerke-Deutsche Werft (HDW), em Kiel. Já os modelos Scorpène foram desenvolvidos por meio de um esforço conjunto entre a empresa espanhola Navantia e o grupo francês Naval Group. O submarino O’Higgins (SS-23) foi fabricado no estaleiro de Cherbourg, na França, enquanto o Carrera (SS-22) foi produzido em Cartagena, na Espanha.

No início de 2024, o Chile utilizou essas capacidades submarinas ao largo das Ilhas Juan Fernández para monitorar a movimentação de embarcações pesqueiras chinesas. A ação teve como objetivo fiscalizar a atuação dos navios estrangeiros em sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE), especialmente durante a passagem anual das embarcações da China, que se deslocam das Ilhas Galápagos, no Equador, em direção ao Estreito de Magalhães, onde promovem a pesca predatória de lulas e outras espécies, impactando diretamente os recursos marinhos da região.

"É uma tarefa vital, que se efetua sempre, para o controle e prevenção dos recursos marinhos, como parte da política nacional contra a pesca ilegal”, afirmou à época o então chefe do Departamento de Pesca e Recursos Marítimos da Diretoria de Interesses Marítimos da Marinha, capitão de fragata Rodrigo Lepe, conforme relata o jornal uruguaio El Observador.

Jornalista graduado, com ênfase em multimídia, pelo Centro Universitário Una, de Belo Horizonte. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Antes, foi repórter da Revista Encontro. Escreve, em colaboração com a Itatiaia, nas editorias de entretenimento e variedades.