O renomado
Em seu painel no simpósio, Fuster defendeu mudanças de hábitos para enfrentar os principais problemas de saúde atuais. “Prevenir as doenças cardiovasculares e as demências só será possível a partir de uma mudança cultural”, afirmou. Ele destacou que a ciência, a saúde e a educação devem caminhar juntas, principalmente entre crianças e jovens.
Segundo o médico, “a saúde do coração depende não só de avanços tecnológicos ou descobertas farmacológicas, mas também da encruzilhada entre cultura, consumo e educação”. Ele lembrou ainda que 80% dos casos de doenças cardiovasculares ocorrem em países de baixa e média renda, onde há maior dificuldade de acesso a tratamentos.
Sobre a busca por viver mais tempo, Fuster foi direto: “A longevidade só importa se for saudável”. Para ele, o excesso de obesidade, hipertensão e colesterol reflete um problema cultural que precisa ser enfrentado com prevenção e informação.
Em entrevista, também chamou atenção para a importância da medula óssea, que, segundo ele, funciona como uma “usina de inflamação” no corpo. “Por isso digo que todos falaremos da medula óssea e de seu papel nos aspectos cardiovasculares”, afirmou.
Fuster ainda defendeu o uso da tecnologia na democratização da saúde, citando dispositivos portáteis que já permitem fazer exames em poucos segundos. Mas reforçou que nada substitui a mudança de mentalidade: “O problema é cultural. Os meios de comunicação podem e devem jogar um papel central”.
Para os jovens, deixou um recado direto: “Comer melhor, mover-se mais e cuidar do bem-estar emocional não são apenas conselhos gerais, são estratégias respaldadas pela evidência que podem mudar o destino do coração e do cérebro”.