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Cardiologista fala sobre como manter a saúde do coração e do cérebro

Médico espanhol, referência mundial, defende prevenção precoce contra doenças cardiovasculares e demências

Imagem ilustrativa

O renomado cardiologista espanhol Valentín Fuster, considerado um dos maiores nomes da medicina no mundo, esteve em Buenos Aires para participar do IV Simpósio Internacional da Fundação Favaloro. Aos 82 anos, ele é diretor do Mount Sinai Heart, em Nova York, e do Centro Nacional de Pesquisas Cardiovasculares, em Madri.

Em seu painel no simpósio, Fuster defendeu mudanças de hábitos para enfrentar os principais problemas de saúde atuais. “Prevenir as doenças cardiovasculares e as demências só será possível a partir de uma mudança cultural”, afirmou. Ele destacou que a ciência, a saúde e a educação devem caminhar juntas, principalmente entre crianças e jovens.

Segundo o médico, “a saúde do coração depende não só de avanços tecnológicos ou descobertas farmacológicas, mas também da encruzilhada entre cultura, consumo e educação”. Ele lembrou ainda que 80% dos casos de doenças cardiovasculares ocorrem em países de baixa e média renda, onde há maior dificuldade de acesso a tratamentos.

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Sobre a busca por viver mais tempo, Fuster foi direto: “A longevidade só importa se for saudável”. Para ele, o excesso de obesidade, hipertensão e colesterol reflete um problema cultural que precisa ser enfrentado com prevenção e informação.

Em entrevista, também chamou atenção para a importância da medula óssea, que, segundo ele, funciona como uma “usina de inflamação” no corpo. “Por isso digo que todos falaremos da medula óssea e de seu papel nos aspectos cardiovasculares”, afirmou.

Fuster ainda defendeu o uso da tecnologia na democratização da saúde, citando dispositivos portáteis que já permitem fazer exames em poucos segundos. Mas reforçou que nada substitui a mudança de mentalidade: “O problema é cultural. Os meios de comunicação podem e devem jogar um papel central”.

Para os jovens, deixou um recado direto: “Comer melhor, mover-se mais e cuidar do bem-estar emocional não são apenas conselhos gerais, são estratégias respaldadas pela evidência que podem mudar o destino do coração e do cérebro”.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.