A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025 reclassificou a
Antes, os valores eram sinônimos de
Isso porque, como nessa fase, a hipertensão ainda não está totalmente instalada. Assim, os médicos podem recomendar mudanças no estilo de vida do paciente, como a prática de atividades físicas e, dependendo do risco do paciente, podem até iniciar o uso de medicamentos.
Veja novos parâmetros
- Pré-hipertensão (120-139 e/ou 80 - 89 mmHg)
- Hipertensão estágio 1 (140-159 e/ou 90 - 99 mmHg)
- Hipertensão estágio 2 (160-179 e/ou 100 - 109 mmHg)
- Hipertensão estágio 3 (≥180 e/ou ≥110 mmHg)
De acordo com os autores da nova diretriz, o limite mais baixo é essencial para reduzir complicações como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. Com isso, outra mudança importante é a meta de tratamento.
Antes, aceitava-se que manter a pressão abaixo de 14 por 9 (140/90 mmHg) era suficiente, mas a nova diretriz endurece esse parâmetro para 13 por 8 (<130/80 mmHg). A nova meta vale para todos os hipertensos, independentemente da idade, sexo ou presença de outras doenças.
Redução dos riscos cardiovasculares
O relatório também estabeleceu, pela primeira vez, que controlar apenas os números da pressão não é suficiente. O foco agora também é reduzir o risco cardiovascular global. Para isso, o escore Prevent foi incorporado. O cálculo pode descobrir a chance de um paciente sofrer um evento cardiovascular em dez anos.
O Prevent leva em consideração fatores como obesidade, diabetes, colesterol alto e lesões já instaladas em órgãos-alvo, como rins e coração. O resultado pode auxiliar médicos a adotar condutas mais intensas para quem está em alto ou muito alto risco.
SUS em pauta e saúde da mulher
Com um capítulo dedicado ao Sistema Único de Saúde (SUS), o texto adapta recomendações às condições do SUS, com foco na atenção primária. Algumas orientações indicadas pelo documento são: priorizar medicamentos já disponíveis na rede, garantir protocolos de acompanhamento multiprofissional e estimular monitoramento com MAPA (monitorização ambulatorial) e MRPA (monitorização residencial), quando possível.
Além disso, outro capítulo também inédito é voltado à saúde feminina e reconhece, por exemplo, fases de maior vulnerabilidade para a hipertensão.
- Anticoncepcionais: a diretriz ressalta a importância de medir a pressão antes da prescrição e indica monitorar regularmente durante o uso.
- Gestação: medicamentos considerados seguros, como a metildopa e alguns bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina de longa duração, amlodipina), devem ser priorizados em gestantes hipertensas.
- Peri e pós-menopausa: fases em que a pressão tende a subir, exigindo acompanhamento mais próximo.
- Histórico gestacional: mulheres que tiveram hipertensão na gravidez precisam de acompanhamento de longo prazo, já que esse histórico aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares no futuro.
(Sob supervisão de Alex Araújo)