As chuvas e altas temperaturas criam o cenário ideal para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Neste ano, conforme dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou redução na incidência da doença, contabilizando cerca de 1,6 milhão de casos prováveis e 1,6 mil mortes. O dado representa uma queda significativa de aproximadamente 75% nos casos e 72% nos óbitos em relação ao ano anterior.
Apesar da redução, os números ainda demandam atenção redobrada, especialmente com a influência direta das condições climáticas na disseminação do vetor. Além dos cuidados, a vacina é uma importante aliada contra a doença.
Segundo o levantamento, a Região Sudeste concentra a maior parte dos registros (66,14% do total), com São Paulo liderando em números absolutos de casos prováveis (100.025). A faixa etária mais afetada é a de 20 a 29 anos, e as mulheres representam 55% dos casos.
Chuva e calor
A combinação de chuvas frequentes com temperaturas elevadas é o principal motor sazonal da doença. O acúmulo de água parada, decorrente das precipitações, cria inúmeros criadouros para as larvas, enquanto o calor acelera o ciclo de vida do mosquito, resultando em um aumento rápido da população adulta.
“A vigilância e a prevenção são contínuas, mas o diagnóstico rápido é um fator crucial para evitar o agravamento dos casos e garantir um tratamento adequado”, afirma Lucrécia Mendes, Especialista de Produtos da Bioclin, empresa que fabrica testes rápidos que identificam a doença. “Nossos testes oferecem a agilidade que laboratórios e profissionais de saúde precisam para responder prontamente aos picos sazonais.”
Sobre a doença
A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e autolimitada, mas que pode progredir para formas graves e levar ao óbito. A maioria das mortes é evitável com assistência de qualidade e tratamento oportuno. A pessoa deve procurar atendimento médico imediato se apresentar febre alta (39°C a 40°C) de início súbito e pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, prostração (moleza, fraqueza), dores musculares e/ou articulares, dor atrás dos olhos, enjoo e manchas vermelhas no corpo.
Entre o 3º e o 7º dia de doença, com o declínio da febre, podem surgir sinais de alarme que indicam a piora do quadro (extravasamento de plasma e/ou hemorragias): dor intensa na barriga, vômitos frequentes, tontura ou sensação de desmaio, dificuldade de respirar, sangramento (nariz, gengivas, fezes) e cansaço e/ou irritabilidade.
Indivíduos com condições pré-existentes (gestantes, lactentes, crianças até 2 anos e idosos > 65 anos) têm maior risco de complicações.
O controle do vetor (Aedes aegypti) é a principal forma de prevenção para dengue, chikungunya e zika. Ações devem ser intensificadas fora do período de sazonalidade para impedir epidemias futuras.
Para reduzir a transmissão, a população deve remover recipientes que possam acumular água parada (criadouros de mosquitos); vedar reservatórios e caixas d'água; desobstruir calhas, lajes e ralos; e usar telas nas janelas e repelentes em áreas de transmissão.