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Qual deve ser a pressão arterial após os 60 anos?

Médicos recomendam meta de até 139/80 (13 por 8) mmHg, mas ressaltam que valores ideais variam conforme a saúde e a tolerância de cada pessoa

A pressão arterial ideal após os 60 anos continua sendo um tema importante para a saúde cardiovascular. Embora muitos acreditem que é natural que os valores aumentem com o envelhecimento, especialistas esclarecem que “não é aceitável que a pressão ultrapasse significativamente a faixa de segurança”.

O valor ideal permanece semelhante ao dos adultos jovens: “sistólica abaixo de 120 mmHg e diastólica abaixo de 80 mmHg”. No entanto, na prática clínica, são toleradas metas um pouco mais altas – entre 130 e 139 mmHg para a sistólica e entre 70 e 80 mmHg para a diastólica –, especialmente para evitar efeitos adversos em idosos frágeis.

A aferição da pressão também exige atenção ao horário: ela tende a ser mais alta pela manhã, estável à tarde (se não houver esforço físico) e mais baixa à noite. Por isso, recomenda-se medi-la sempre no mesmo horário, de preferência pela manhã, antes do café e da medicação.

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Valores considerados preocupantes são aqueles acima de 140/90 (14 por 9) mmHg, associados a maior risco de doenças como infarto, AVC e lesões nos rins. Por outro lado, pressão muito baixa – abaixo de 90/60 (9 por 6) mmHg – pode causar tonturas, desmaios e aumentar o risco de quedas.

Na população idosa, um valor de 140/90 mmHg pode ser considerado aceitável, especialmente se a pessoa for frágil ou apresentar outras condições clínicas. Ainda assim, o objetivo geral do tratamento é atingir níveis entre 130 e 139 mmHg de sistólica, desde que bem tolerado.

Estudos com populações não ocidentalizadas sugerem que “uma dieta rica em fibras e potássio e pobre em sódio” pode ajudar a manter a pressão controlada mesmo após os 70 anos. Isso reforça que a hipertensão não é uma consequência inevitável da idade, mas resultado de fatores como “consumo excessivo de sal, sedentarismo, sobrepeso e estresse crônico”.

A meta ideal permanece abaixo de 120/80 (12 por 8) mmHg, mas o objetivo não é mais atingir a pressão ideal a qualquer custo, e sim buscar um equilíbrio entre eficácia e segurança. Em idosos com demência, risco de quedas ou acamados, valores ligeiramente mais altos podem ser aceitáveis.

Em resumo, manter a pressão sob controle após os 60 anos depende de cuidados individualizados, boa comunicação com o médico e adoção de um estilo de vida saudável. A pressão arterial após os 60 anos não deve ser automaticamente aceita como mais alta.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.