Viralizou nas redes sociais nos últimos dias um item inusitado para cuidados com a pele: um creme com microagulhas. O item virou febre do TikTok e impressionou o nicho de skin care.
Esses cremes inovadores, segundo o dermatologista Lucas Miranda, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, têm origens asiáticas, especialmente da Coreia do Sul e do Japão, conhecidos pelo desenvolvimento de tecnologias cosméticas.
“A ideia central dos cremes com agulhas é utilizar estruturas microscópicas de origem natural ou sintética para potencializar a entrega de ativos na pele. Embora estejam ganhando notoriedade recentemente nas redes sociais, esses sistemas já vêm sendo estudados há alguns anos na dermatologia”, disse.
“Esses cremes utilizam microestruturas chamadas de microneedles ou spicules, que são microagulhas naturais extraídas de esponjas marinhas ou sintetizadas em laboratório com materiais biocompatíveis. Elas têm tamanho microscópico e são incorporadas à formulação do creme. Quando aplicadas na pele, essas agulhas criam microcanais na epiderme, promovendo leve esfoliação e facilitando a penetração de ativos, como antioxidantes, peptídeos e ácidos”, acrescentou.
O principal foco dos cremes com microagulhas, segundo o biomédico Thiago Martins, mestre em Medicina Estética e professor universitário, é "é melhorar a absorção de ativos e, com isso, otimizar tratamentos como rejuvenescimento, melhora da textura cutânea, controle da oleosidade, acne e hiperpigmentações”. “A microestimulação causada pelas agulhas também promove renovação celular e pode estimular colágeno de forma leve”, acrescentou.
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Ainda de acordo com o especialista, esses cremes devem ser usados com cuidado, com frequência de duas a três vezes por semana, a depender da tolerância da pele e da composição do produto. O ideal é aplicá-lo à noite e evitar o uso concomitante com ácidos. Ele não é indicado para peles sensíveis, reativas, com rosácea, dermatite ou enquanto há uso de ácidos potentes.
Apesar de serem inovadores, eles podem causar efeitos adversos na pele caso sejam usados de forma indevida. Entre os riscos de usá-los indiscriminadamente, estão a “sensibilização cutânea, vermelhidão persistente, irritação, descamação excessiva e, em peles mais sensíveis ou com doenças de base, até agravamento do quadro dermatológico”, segundo Miranda.
Após o uso, de acordo com Martins, a pele pode ficar sensível, por isso, é imprescindível o uso rigoroso de fotoproteção, além de evitar exposição solar direta. “Também é importante manter a hidratação da pele com produtos calmantes e evitar procedimentos abrasivos ou esfoliantes nos dias seguintes. Caso haja sinais de irritação persistente, o uso deve ser suspenso e o profissional especialista consultado”, finalizou.