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Alimentação tem papel essencial durante tratamento de câncer

Intervenção nutricional precoce, dieta equilibrada e orientação profissional são aliados fundamentais na jornada da paciente oncológica

Alimentação equilibrada é fundamental para a saúde geral

A nutrição tem se consolidado como um componente estratégico no tratamento do câncer, especialmente entre mulheres, que costumam enfrentar a doença em meio a intensas demandas físicas e emocionais. “A alimentação não substitui o tratamento, mas pode - e deve - ser uma aliada poderosa”, destaca o oncologista Gustavo de Oliveira Bretas, em texto publicado no site da CNN Brasil.

Estudos apontam que a intervenção nutricional precoce, desde o início da terapia, melhora indicadores como o peso corporal, o índice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional geral. Esses fatores influenciam diretamente na tolerância à quimioterapia e radioterapia, reduzem efeitos colaterais graves e internações, além de promoverem mais energia e qualidade de vida.

Equilíbrio na dieta

Durante o tratamento, efeitos como náuseas e alterações no paladar exigem mudanças na rotina alimentar. Alimentos frios, como purês gelados, frutas e iogurtes naturais, são melhor aceitos, enquanto gengibre, hortelã e limão podem ajudar a controlar o enjoo.

Para manter a força e combater o cansaço, recomenda-se uma alimentação com:

  • Carboidratos integrais: como aveia, arroz integral e batata-doce
  • Proteínas magras: como peixe, frango, ovos e leguminosas
  • Hidratação constante: com água, sucos naturais e caldos leves
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A prática de atividade física leve e supervisionada também contribui para preservar a massa muscular e a disposição.

Dietas restritivas

A adoção de dietas sem orientação pode prejudicar o tratamento. Restrições severas de grupos alimentares, por exemplo, causam perda de peso indesejada, queda da imunidade e comprometem a adesão à terapia. “Mesmo substâncias naturais devem ser usadas com orientação profissional”, alerta Bretas, referindo-se também ao uso indiscriminado de suplementos ou alimentos com suposto efeito anticâncer, que podem interferir na ação dos medicamentos e causar efeitos adversos.

Um dos equívocos mais comuns é acreditar que “o açúcar alimenta o câncer”. Embora o excesso de açúcar contribua para inflamações, a eliminação total da substância é desnecessária. “Todas as células do corpo - inclusive as saudáveis — usam glicose como fonte de energia”, explica o especialista. O essencial é manter uma dieta equilibrada e moderada.

Acompanhamento profissional é fundamental

Cada paciente oncológica tem necessidades nutricionais únicas, que variam conforme o tipo de câncer, o estágio da doença e os efeitos colaterais enfrentados. Por isso, o nutricionista oncológico é peça-chave no cuidado multidisciplinar, desenvolvendo planos alimentares individualizados e baseados em evidências científicas.

Assim, a alimentação, quando bem conduzida, não apenas apoia o corpo durante o tratamento, como também contribui para preservar a autonomia e o bem-estar da paciente.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.