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Alimentação sem glúten: quando é necessária e como fazer boas escolhas, segundo especialistas

Saiba quem realmente precisa excluir o glúten da dieta, quais farinhas podem ser usadas como alternativas e os cuidados essenciais para manter a saúde sem abrir mão do sabor

O consumo de alimentos sem glúten tem se popularizado no Brasil, mas especialistas alertam que a restrição só é essencial para quem tem condições específicas. Para milhões de brasileiros que enfrentam reações adversas ao glúten, encontrar alternativas seguras e nutritivas representa uma necessidade vital, não apenas uma escolha dietética.

A doença celíaca, que atinge cerca de 1% da população, é o caso mais grave. O consumo de glúten danifica as vilosidades do intestino delgado, comprometendo a absorção de nutrientes essenciais, causando sintomas como diarreia, fadiga e desnutrição. Já a sensibilidade ao glúten, que pode afetar até 6% da população, provoca desconfortos como inchaço e dores de cabeça, mas sem os danos intestinais. A alergia ao trigo também exige atenção, pois pode desencadear reações respiratórias e cutâneas.

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Os benefícios da retirada do gluten

Além desses casos clínicos, algumas pessoas com distúrbios digestivos podem se beneficiar temporariamente da retirada do glúten, sempre com orientação profissional. É fundamental distinguir entre necessidade médica e preferência pessoal ao considerar essa restrição alimentar.

Para quem precisa, identificar o glúten nos produtos é essencial. A leitura de rótulos ajuda a evitar armadilhas comuns, já que o glúten pode estar presente em produtos aparentemente inofensivos, como molhos prontos, temperos e até medicamentos. A contaminação cruzada é outro risco, tornando importante a busca por produtos certificados e diálogo com restaurantes sobre as restrições.

As principais alternativas ao glúten

Entre as principais alternativas, a farinha de arroz é a mais versátil. A de milho também é bastante utilizada, enquanto farinhas como a de grão-de-bico e amêndoas agregam valor nutricional. Há opções ainda mais completas, como a farinha de quinoa, rica em proteínas essenciais, e a de amaranto, fonte de ferro e cálcio. A diversificação das fontes de carboidratos pode contribuir para uma alimentação mais equilibrada.

No entanto, especialistas alertam que adotar a dieta sem necessidade médica pode trazer riscos. Produtos industrializados sem glúten frequentemente contêm maior quantidade de açúcares e gorduras para compensar mudanças texturais. Além disso, a exclusão pode gerar deficiência de fibras, vitaminas e minerais.

O planejamento alimentar é o caminho para uma dieta sem glúten saudável, com ênfase em alimentos naturalmente livres da proteína, como frutas, legumes, carnes frescas e grãos integrais. Investir tempo na preparação de refeições caseiras oferece maior controle sobre ingredientes e custos. Pratos tradicionais brasileiros, como tapioca, cuscuz e farofa, também são aliados.

Jornalista graduado, com ênfase em multimídia, pelo Centro Universitário Una, de Belo Horizonte. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Antes, foi repórter da Revista Encontro. Escreve, em colaboração com a Itatiaia, nas editorias de entretenimento e variedades.