A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está em alerta para o surto do “super-fungo” que ocorre nos estados de São Paulo e Pernambuco. O órgão teme que o Candida auris espalhe entre os serviços de saúde do país.
Conforme a agência, o fungo traz grandes ameaças à saúde global, uma vez que pode causar infecções de alta mortalidade e o aumento no custo das internações. Ainda segundo a Anvisa, o surto é preocupante porque o microrganismo é difícil de ser eliminado de ambientes e exige métodos específicos de identificação que não são comuns em laboratórios brasileiros.
“Candida auris não é um microrganismo endêmico nos serviços de saúde do Brasil, ou seja, não é normalmente encontrado nesses serviços e por isso existe uma preocupação da Anvisa no controle dos surtos para impedir que esse fungo se instale e se dissemine em serviços de saúde, que são ambientes que atendem pessoas com comorbidades e já debilitadas devido suas doenças de base”, detalha a Anvisa.
Os surtos
Quatro pacientes do Hospital Otávio de Freitas, em Pernambuco, foram diagnosticados com o fungo, destes duas mulheres e dois homens. Eles estavam na Unidade de Terapia Intensiva do hospital. O Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo confirmou que pelo menos 15 pessoas tiveram contato com o microrganismo.
O super-fungo
O Ministério da saúde classifica o super-fungo, Candida auris (C. auris), como um microrganismo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global. Ele foi identificado pela primeira vez como causador de doença em humanos em 2009, no Japão.
Segundo o órgão, cepas do Candida auris são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos e sua identificação requer métodos laboratoriais específicos, uma vez que C. auris pode ser facilmente confundida com outras espécies de leveduras, tais como Candida haemulonii e Saccharomyces cerevisiae.