Um paciente australiano bateu um recorde ao completar 100 dias com um coração artificial feito de titânio enquanto esperava um transplante. Esse é o período mais longo que alguém já viveu com um dispositivo como esse.
O implante do coração artificial foi feito em novembro de 2024 no Hospital St. Vincent’s em Sydney, Austrália. O homem, que tinha insuficiência cardíaca grave, precisou do aparelho até que surgisse um doador de coração compatível, o que só aconteceu no início deste mês.
O Coração Artificial Total BiVACOR não tem válvulas ou engrenagens mecânicas que possam se desgastar e a única parte móvel do dispositivo consiste em um rotor levitado que é sustentado por imãs.
A experiência do paciente australiano é um sinal de que o coração artificial pode ser uma alternativa viável para pacientes na lista de espera de transplantes, que muitas vezes não sobrevivem até encontrar um doador compatível. É um passo a mais no objetivo de aprovar o dispositivo para uso geral.
Fase de testes
O coração de titânio ainda precisa passar por uma fase de testes para se tornar uma opção real para pacientes do mundo todo.
O dispositivo já foi testado no Estudo de Viabilidade Inicial da Food and Drug Administration (FDA), que equivale à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa nos Estados Unidos, que viu cinco pacientes serem implantados com sucesso com o coração de titânio.
O primeiro foi em julho de 2024, quando um homem de 58 anos, sofrendo de insuficiência cardíaca, recebeu o implante no Texas Medical Center. O coração artificial o manteve vivo por oito dias até que um doador fosse encontrado. A expectativa agora é utilizar o aparelho em mais 15 pacientes.