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Abril Marrom chama atenção para a importância de cuidar da saúde dos olhos

Como identificar doenças que podem causar a perda total ou parcial da visão?

Abril marrom levanta debate sobre saúde dos olhos

Mais de 6,5 milhões de brasileiros têm deficiência visual e, desse total, cerca de 600 mil pessoas são cegas, aponta levantamento da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 60 a 80% dos casos de cegueira são evitáveis ou tratáveis.

Catarata, defeitos refrativos como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia, retinopatia diabética e glaucoma representam as principais causas de cegueira e baixa visão em todo o mundo.

Segundo Leonardo Coelho Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos de Minas Gerais, é fundamental manter as consultas regulares com o oftalmologista, ao menos uma vez ao ano, lembrando que esse hábito deve começar na infância, a partir do sexto ao décimo segundo mês de vida. Com isso, é possível fazer um diagnóstico precoce e indicar o tratamento mais adequado para impedir ou conter o avanço da perda total da visão.

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Identificação das doenças

Mas como identificar estas doenças que podem causar a perda total ou parcial da visão? O especialista do Instituto de Olhos de Minas Gerais, Leonardo Gontijo, detalha cada uma delas.

De acordo com o médico, a catarata caracteriza-se pela perda de transparência do cristalino, que obstrui a entrada de luz nos olhos e atinge principalmente os idosos. “Os principais sintomas são sensação de visão embaçada, alteração contínua da refração (grau dos óculos), sensibilidade à luz, espalhamento dos reflexos ao redor das luzes e percepção que as cores estão desbotadas. O único tratamento eficaz da catarata é cirúrgico, com a troca da lente natural, que se tornou opaca, por outra artificial”.

Já a retinopatia diabética afeta os pequenos vasos da retina. “É uma das temíveis complicações do diabetes mellitus. O controle da diabetes, da hipertensão e da dislipidemia e não fumar diminuem o risco de retinopatia diabética. Quando presente, além do controle glicêmico, o paciente pode se beneficiar de laser de retina, medicamentos intraoculares ou microcirurgia”.

O glaucoma é uma lesão crônica no nervo óptico que leva à perda gradativa do campo visual e em estágios mais avançados pode levar a perda total da visão. “Na maioria dos casos as pessoas não apresentam sintomas. O principal fator de risco é o aumento da pressão ocular, além de diabetes, problemas cardíacos, hipertensão e apneia. É a maior causa de cegueira irreversível no mundo. O glaucoma não tem cura, mas tem tratamentos inovadores, que variam entre colírios, laser e microcirurgias”.

Defeitos refrativos

Sobre os defeitos refrativos, Leonardo Gontijo esclarece que a miopia é causada por um globo ocular mais longo, provocando a focalização da imagem antes que a luz chegue até a retina. O míope consegue enxergar objetos próximos com nitidez, mas enxerga os distantes como se estivessem embaçados. A condição costuma afetar membros da mesma família.

Já a hipermetropia é o oposto da miopia, o globo ocular é mais curto, provocando a focalização da imagem depois da retina.

O astigmatismo é a formação da imagem em múltiplos focos. A córnea tem uma curvatura assimétrica, fazendo com que a luz sofra desvios diferentes em pontos diferentes, e forme a imagem em múltiplas regiões. O paciente tem visão distorcida ou borrada.

Já a presbiopia, conhecida como vista cansada, é uma piora de visão normal que ocorre com o avançar da idade, quando os olhos perdem a capacidade de focalizar objetos muito próximos. Se inicia entre 38 e 48 anos.


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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.