O fim do salto alto? Como o conforto venceu a batalha

A nova elegância prova que a mulher trocou a “obrigação” pela escolha.

O fim do salto alto? Como o conforto venceu a batalha

Por décadas, talvez séculos, o salto alto foi o símbolo máximo de feminilidade, poder e profissionalismo no guarda-roupa feminino. O som de um stiletto (salto fino) no piso de mármore do escritório era sinônimo de seriedade. No entanto, algo mudou. A pandemia de 2020 não alterou apenas onde trabalhamos, mas como nos sentimos em relação às roupas que usamos.

O resultado? O conforto venceu a batalha. O que antes era uma obrigação desconfortável, hoje é uma escolha opcional. A mulher moderna desceu do salto, e parece que não tem a menor intenção de voltar — pelo menos, não no dia a dia. Analisamos por que essa mudança cultural é tão significativa e o que ela diz sobre nós.

O fim do salto alto? Como o conforto venceu a batalha

A grande pausa que mudou o código de vestimenta

Durante o período de isolamento social e trabalho remoto, os sapatos de salto alto foram as primeiras vítimas do armário. Eles ficaram guardados na sapateira por um, e depois dois anos. O código de vestimenta profissional foi redefinido da cintura para cima, focado nas chamadas de vídeo.

Nesse período, os pés se desacostumaram. O corpo se desacostumou. A mulher foi forçada a descobrir a praticidade e o conforto dos tênis, das rasteiras e de andar descalça. Essa “pausa” forçada quebrou um ciclo de hábito que era mantido pela obrigação social.

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A importância do conforto

O ponto-chave da mudança aconteceu no “retorno”. Quando os escritórios reabriram e os eventos sociais voltaram, a tentativa de calçar o salto alto novamente foi acompanhada de uma rejeição física e mental. O pensamento coletivo foi: “Por que eu me sujeitava a isso todos os dias?”.

O que antes era um desconforto “normalizado”, agora é visto como opcional e até desnecessário. A pandemia agiu como um “reset” que nos fez reavaliar nossas prioridades. Descobrimos que a dor não é sinônimo de elegância. O bem-estar, antes um luxo, tornou-se um item básico e não negociável.

Os novos clássicos: os sapatos que unem elegância e bem-estar

A natureza odeia vácuo; a moda também. O espaço deixado pelo salto fino foi rapidamente ocupado por alternativas que provam que conforto e sofisticação podem andar juntos:

  • O Tênis Branco: Deixou de ser exclusivo da academia e invadiu o escritório. Hoje, é perfeitamente aceitável combinar um tênis de couro minimalista com alfaiataria e vestidos.
  • Mocassins e Sapatilhas: Voltaram com força total. O mocassim (especialmente o tratorado) traz um peso e uma seriedade ao look, enquanto as sapatilhas (influência do Balletcore) trazem delicadeza sem dor.
  • O Salto Bloco (Salto Grosso): Quando a altura é realmente necessária, a escolha migrou para o salto grosso. Ele oferece estabilidade, conforto e uma estética moderna, provando que é possível ter elevação sem tortura.

O novo status: conforto como prova de confiança

Culturalmente, o salto alto estava ligado a uma ideia de “poder” e “esforço”. Hoje, o jogo virou. O novo símbolo de status é o conforto.

Em um ambiente corporativo de alto nível, chegar de tênis ou mocassim não é mais visto como desleixo, mas como o oposto: é um sinal de autoconfiança. É a mensagem silenciosa de que sua competência e suas ideias são tão sólidas que você não precisa de artifícios, nem mesmo de alguns centímetros a mais de altura, para ser levada a sério. A confiança, afinal, é o look mais poderoso que existe.

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Profissional de Comunicação. Head de Marketing da Metalvest. Líder da Agência de Notícias da Abrasel. Ex-atleta profissional de skate. Escreve sobre estilo de vida todos os dias na Itatiaia e na CNN Brasil.

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