A deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), detida na Itália, participou por videoconferência de audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta quarta-feira (10). O encontro, que abriu a análise sobre a perda de seu mandato, foi marcado por troca de acusações entre ela e o hacker Walter Delgatti, ambos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Delgatti, que cumpre pena em Tremembé (SP), reafirmou que Zambelli teria dado ordens diretas para os crimes e relatou ter se hospedado na casa da parlamentar em Brasília. Zambelli rebateu, chamou o hacker de “mitomaníaco” e questionou até mesmo sua sanidade mental, mencionando o uso de medicamentos para TDAH.
“Todo o processo se baseia em acreditar em mim ou acreditar nele. E eu afirmo: Walter mente”, disse a deputada.
O caso
Em maio, o STF condenou Zambelli a dez anos de prisão pela invasão ao CNJ .Após a decisão, ela fugiu do Brasil, foi incluída na lista vermelha da Interpol e acabou presa em julho nos arredores de Roma. Atualmente, está na penitenciária feminina de Rebibbia, aguardando processo de extradição.
Na audiência, a deputada pôde questionar Delgatti e o assistente técnico Michel Spiero, ambos listados como testemunhas. Ao final, se emocionou com mensagens de apoio da base bolsonarista, como a deputada Bia Kicis (PL-DF), que afirmou: “Você não está sozinha. Ninguém aqui te esqueceu.”
Próximos passos
Como a condenação é definitiva, cabe à Câmara decidir sobre a cassação do mandato de Zambelli. O processo começa pela CCJ e segue ao plenário, onde a perda do mandato só será confirmada com o apoio de pelo menos 257 deputados.