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União Brasil e PP criticam fala de Lula sobre EUA e moeda alternativa ao dólar

Partidos afirmam que declarações do presidente agravam crise diplomática com os EUA e pedem mais pragmatismo nas negociações

Os presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (esq.), e do União Brasil, Antonio Rueda (dir.)

A federação União Progressista - formada por União Brasil e Progressistas (PP) - criticou nesta segunda-feira (4) as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação aos Estados Unidos durante evento do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado no domingo (3), em Brasília.

Na ocasião, Lula afirmou que os Estados Unidos tentaram dar um golpe no Brasil durante o período da ditadura militar e voltou a defender a criação de uma moeda alternativa ao dólar para transações internacionais.

Em nota conjunta, os dois partidos afirmam que as declarações do presidente dificultam a construção de uma solução diplomática para a crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, após o anúncio do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, imposto pelo presidente americano Donald Trump.

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“Entendemos que tais posicionamentos, longe de contribuírem para a resolução da crise tarifária enfrentada pelo Brasil, podem agravar as tensões econômicas e diplomáticas com um parceiro comercial estratégico”, afirmou a nota.

De acordo com os partidos, a retórica de confronto adotada por Lula compromete a capacidade de negociação do Brasil com os Estados Unidos. Segundo o texto, o país precisa de uma abordagem prática, voltada para o diálogo e a redução de danos econômicos.

“A menção a uma moeda alternativa ao dólar, embora válida em debates de longo prazo, não oferece uma solução imediata para as empresas brasileiras afetadas, que necessitam de ações concretas e diálogo construtivo com os Estados Unidos”, acrescentou os partidos.

A nota também critica o que chamou de “declarações inflamadas e evocação de conflitos passados”, dizendo que esse tipo de posicionamento “arrisca isolar o Brasil em um momento em que a cooperação internacional é essencial para superar os desafios econômicos globais”.

Por fim, os partidos defendem que o governo adote uma postura mais estratégica nas relações exteriores.

“É imprescindível que o Brasil atue com serenidade e visão estratégica, evitando posturas que possam comprometer a competitividade de nossas empresas e o bem-estar da população”, declarou os partidos.

A nota foi assinada pelo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI).

Conteúdos produzidos pela redação de Brasília da Rádio Itatiaia