Os senadores Damares Alves (Republicanos-DF) e Jaime Bagattoli (PL-RO) reuniram 64 assinaturas, até a manhã desta terça-feira (12), para solicitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a sexualização de crianças na internet. O movimento surgiu após a repercussão de um vídeo publicado pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que expôs como algoritmos de redes sociais podem favorecer a exploração de menores. O conteúdo, divulgado no dia 6, já ultrapassou milhões de visualizações.
Apesar do apoio expressivo, a criação da CPI não é automática. A instalação depende da leitura do requerimento pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), durante sessão plenária. O pedido ainda não foi protocolado, pois Damares e Bagattoli aguardam novas adesões antes de formalizar o processo.
“Há muito o que ser investigado sobre esse mercado macabro que sexualiza crianças e adolescentes para faturar na internet. Esses influenciadores precisam pagar por esses crimes”, afirmou Damares nas redes sociais.
A iniciativa, embora liderada por senadores da oposição, une parlamentares de diferentes campos políticos. Entre os apoiadores, estão tanto o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), quanto o líder do governo, Jaques Wagner (PT-AP).
Na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) sinalizou que pretende votar, ainda esta semana, projetos relacionados à proteção de crianças nas redes sociais. Um deles, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), prevê que plataformas digitais tenham “dever de cuidado” para prevenir crimes de exploração, adotando medidas eficazes sob pena de responsabilização caso falhem em evitar abusos.