A reunião ordinária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que voltou do recesso parlamentar na última segunda-feira (05), foi tomada pela repercussão da
Em uma sessão esvaziada e sem projetos na pauta, os deputados tomaram todo o tempo da reunião para criticar ou defender a prisão. Os primeiros a falar foram os parlamentares do PT, Leleco Pimentel e Cristiano Silveira. Leleco afirmou que o decreto de Moraes era um alívio cívico.
"É bom para a saúde que a sensação de justiça tenha chegado ao nosso Brasil por meio desta prisão domiciliar daquele que desafiou inclusive a interpretação da justiça”, afirmou, provocando, em seguida, a base bolsonarista dizendo que o ex-presidente estava no “xilindró” e sugerindo que o filho, Eduardo, deve acompanhá-lo na prisão em breve.
“Bolsonaro tá no xilindró, mas não vai ficar em casa não. E provavelmente vai levar o Eduardo junto”, disse.
Silveira, por sua vez, afirmou que o filho do presidente e deputado federal prejudicou setores da economia brasileira ao atuar, nos Estados Unidos,
“O Eduardo conseguiu a proeza de piorar a situação do próprio pai nos Estados Unidos e, de brinde conseguiu uma taxação do Trump e não pode mais voltar ao Brasil. Ninguém da esquerda foi capaz de colocar Bolsonaro e família em uma sinuca de bico tão grande quanto eles próprios conseguiram”, ironizou.
O jogo virou
Ainda ironizando a prisão de Bolsonaro, Cristiano Silveira lembrou a atuação de Jair Bolsonaro na pandemia, quando o então presidente da República usava termos como ‘choradeira’ e ‘mimimi’ para criticar ações de prevenção à Covid-19.
“Acho engraçado ficar nessa choradeira. Nao eram eles que na pandemia ficavam falando ‘até quando vão ficar chorando?’ ‘Chega de mimimi’. Digo isso para eles”, afirmou.
Críticas a Moraes
Do lado bolsonarista, deputados estaduais criticaram Alexandre de Moraes e apontaram possíveis irregularidades no decreto de prisão.
O deputado Cristiano Caporezzo (PL) afirmou que
“Alexandre de Moraes envergonhou o Brasil diante do mundo ao ser o primeiro juiz da Suprema Corte nacional a ser punido com a
Bruno Engler (PL), por sua vez, disse que a prisão de Bolsonaro era irregular. “Essa condenação é baseada no fato de que os filhos de Jair Bolsonaro foram às manifestações e as divulgaram. Não existe isso no processo penal brasileiro, punir alguém pela conduta de outra pessoa, só na tirania de Alexandre de Moraes”, afirmou, seguindo com seus argumentos jurídicos.
“Alexandre de Moraes rasga o código de processo penal. Tem a punição por ação de terceiros, que não existe no ordenamento jurídico, mas não tem manifestação nem da PGR nem da Polícia Federal. É um claro abuso de poder”, disse.
Também discursaram, pró e a favor de Bolsonaro, as deputadas estaduais Chiara Biondini (Progressistas) e Bella Gonçalves (Psol). O esvaziamento do plenário causou o encerramento da sessão.