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Secretário de Cultura, Leônidas Oliveira pede exoneração do governo de Minas

Em carta obtida pela Itatiaia, o chefe da pasta informa o pedido de exoneração e diz que foi sua decisão sair do governo por ‘motivos pessoais’

Leônidas Oliveira, secretário de Cultura de Minas Gerais

Após uma gestão turbulenta nos últimos meses, o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, será exonerado do governo do estado. A informação foi divulgada pela gestão de Romeu Zema (Novo), em nota, neste domingo (14). Em carta obtida pela Itatiaia, o chefe da pasta informa o pedido de exoneração e diz que foi sua decisão sair do governo por “motivos pessoais”. Josiane de Souza, adjunta na pasta, assume interinamente. A saída de Leônidas será concluída nos próximos dias.

“Nos últimos cinco anos, trabalhei para descentralizar os recursos desta pasta e para manter diálogo com a cadeia produtiva. Mesmo em momentos desafiadores, como na pandemia, conseguimos implementar políticas públicas adequadas. O fortalecimento da economia criativa e a geração de emprego e renda nas áreas de cultura e turismo me deixam orgulhoso”, pontua Leônidas.

A gestão de Leônidas à frente da pasta foi colocada à prova após declarações feitas em junho na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O secretário chegou a criticar a perspectiva de federalização ou privatização de empresas mineiras, como a Cemig e a Codemge.

“Acho que todos estes bens e imóveis são simbólicos para Minas Gerais. Desde a Cemig até todos os outros. Na minha opinião, a gente vai ter problemas muito sérios de fomento à cultura, na falta da Codemge e da Cemig”, disse.

Ainda na Assembleia, Leônidas afirmou não saber que imóveis como a Fundação Clóvis Salgado, que contempla o Palácio das Artes, e o Automóvel Clube estavam incluídos na lista de bens oferecidos pelo estado para o governo federal por meio do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

Isso gerou resposta do vice-governador, Mateus Simões, que desaprovou publicamente as falas do gestor. Outra polêmica recente ocorreu quando Leônidas propôs à Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) comandar a Orquestra Filarmônica do estado e gerir a Sala Minas Gerais.

À época, após críticas públicas do setor cultural, o secretário abandonou o plano – o que, nos bastidores, começou a movimentar as peças para uma possível troca no secretariado.

"À frente da pasta desde 2020, Leônidas atuou para o tombamento de patrimônios do Estado em diferentes níveis, especialmente Os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, em 2024. Também contribuiu efetivamente para a descentralização da aplicação de recursos da área em Minas Gerais e para que o estado chegasse ao topo entre os mais visitados por turistas”, diz trecho da nota do governo.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.