Moraes cita prisão de Lula para manter Bolsonaro preso na PF

Julgamento do STF em 2019 suspendeu uma decisão da Justiça Federal de Curitiba que transferia Lula da sede da PF para Tremembé

O ex-presidente Jair Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou um dos julgamentos da prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recluso na superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília. Nesta terça-feira (25), o magistrado determinou o cumprimento da pena de Bolsonaro por tentativa de golpe após o trânsito em julgado do processo.

Bolsonaro vai começar a cumprir a pena de 27 anos e três meses de prisão em uma sala de Estado Maior, com direito a cama, banheiro privativo, frigobar, ar condicionado e televisão. A sala é semelhante aquela que Lula ficou preso na sede da PF em Curitiba, no Paraná, quando foi condenado na Lava Jato.

“Expeça-se o mandado de prisão, que deverá ser cumprido na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal (SAIS Quadra 7, Lote 12 s/n, Estr. St. Policial Militar - Sul, DF, CEP 70610-902), devendo permanecer o réu naquela sala de Estado-Maior (PET 8.213/PR - MC, Rel. Min. EDSON FACHIN, j. 07/08/2019), onde se encontra custodiado em virtude de prisão preventiva”, disse.

Na decisão, Moraes cita um processo que tramitou no STF em 2019, relatado pelo ministro Edson Fachin, que confirmou a permanência de Lula em uma sala da PF. Na ocasião, o Supremo suspendeu uma decisão da Justiça Federal de Curitiba para a transferência de Lula para a penitenciária de Tremembé.

A transferência do petista era um pedido do superintendente Luciano Flores, que argumentava que a prisão de Lula alterava a rotina do prédio e exigia um esquema de segurança especial. Por 10 votos a 1, o plenário do STF decidiu conceder o benefício ao presidente.

Réus do golpe começam a cumprir pena

Também começaram a cumprir penas o ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Augusto Heleno. Os dois foram encaminhados para o Comando Militar, em Brasília, no início da tarde desta terça-feira.

Os militares da reserva fazem parte do núcleo crucial da tentativa de golpe, junto ao ex-presidente, que foi considerado o líder de uma organização criminosa que tentou abolir o Estado Democrático de Direito. Heleno recebeu 21 anos de prisão, enquanto Paulo Sérgio, 19 anos.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.
Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio

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