A capacidade de
“O UTI térreo, que atende o adulto, continua com 40 leitos, a mesma capacidade anterior. Foram abertos sete leitos a mais nessa estrutura, que atende o CTI pediátrico do João XXIII, com abertura de mais dois, caso a ocupação seja elevada. No segundo andar, para onde foram transportados os pacientes do João Paulo II, que eram 16, tem 17 leitos”, explicou o representante da Fiemg.
Nesta segunda-feira (1º), a Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (ALMG) promoveu uma audiência pública para discutir o futuro do hospital infantil após o fechamento da UTI pediátrica no último dia 22 de agosto.
O governo de Romeu Zema (Novo) alega que a suspensão dos serviços é temporária e o fechamento da unidade se dá devido a uma intervenção predial, com previsão de conclusão no dia 22 de outubro.
Com o fechamento, os pacientes e a equipe médica pediátrica foram transferidos para o HJXXIII — o pronto-socorro do maior hospital de emergência de Minas Gerais já enfrentava uma sobrecarga após receber a demanda do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), fechado para manutenção no fim de 2024 e alvo de uma disputa judicial pela terceirização da gestão logo em seguida.
O receio de parte dos servidores e dos deputados estaduais Lucas Lasmar (PV), Beatriz Cerqueira (PT) e Bella Gonçalves (PSOL) — autores do requerimento que solicitou a audiência pública —, é que o fechamento repentino da UTI pediátrica seja uma tentativa do governo de privatizar o hospital infantil.
“Como é possível você ter uma obra importante inacabada, há mais de uma década, que o governo estadual não priorizou? As condições das famílias e das próprias crianças com a transferência não são boas. Tivermos a oportunidade de ver os corredores [do João XXIII] com os familiares. Estamos falando de bebês e crianças que precisam de acompanhamento e isso não foi garantido”, disse Cerqueira em conversa com a imprensa.
Na última sexta-feira (29), a Comissão de Administração Pública realizou uma visita técnica ao João Paulo II. As imagens, feitas pela TV Assembleia, foram exibidas na audiência nesta sexta-feira. No local, os parlamentares relataram um corredor repleto de macas e poltronas improvisadas para que os acompanhantes dos menores pudessem descansar ou dormir.
Em nota oficial, a Fhemig informou que a transferência dos pacientes foi necessária para adaptação da infraestrutura. O principal motivo seria a instalação do Tasy, um sistema eletrônico de gestão hospitalar que gerencia dados assistenciais da rede. No comunicado, a Fundação ainda diz que a UTI pediátrica do João XXIII “possui estrutura física, equipe especializada e capacidade assistencial para receber todos os pacientes transferidos de forma adequada e segura, sem qualquer prejuízo ao atendimento”.
Entre os servidores, no entanto, o clima é de insegurança, já que membros da equipe médica do João Paulo II afirmam que foram notificados sobre a mudança “em cima da hora”, com dois dos elevadores estragados, segundo relato da diretora executiva do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde), Neusa Freitas.
Ao final da audiência, a comissão votou e aprovou requerimentos, incluindo um pedido de informação direcionada à Fhemig solicitando esclarecimentos sobre o protocolo de transferência desses pacientes do João Paulo II para o João XXIII.
Fhemig e o terceiro setor
Atualmente, o governo Zema tenta aprovar na Assembleia Legislativa o projeto de lei que cria o Serviço Autônomo de Gestão Hospitalar (SSA-Gehosp). Se aprovado, a proposta abre margem para que hospitais da rede Fhemig passem a ser geridos pelo setor privado, mas com vínculo com o poder público.