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‘Quero provar que houve erro nas taxações’, diz Lula sobre encontro com Trump

Encontro entre Lula e Donald Trump está previsto para domingo, na Malásia, e deve discutir tarifas e sanções impostas ao Brasil

Presidente Lula durante entrevista coletiva na Indonésia nesta sexta-feira (24)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu nesta sexta-feira (24) que o acordo comercial com os Estados Unidos pode não ser fechado durante o encontro com Donald Trump, previsto para domingo, na Malásia. Lula desembarcou em Kuala Lumpur na manhã desta sexta-feira para participar da Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), após cumprir a primeira etapa da viagem pela Ásia, na Indonésia.

Antes de deixar Jacarta, o presidente conversou com jornalistas e afirmou que pretende defender os interesses do Brasil na reunião, pedindo a revisão das tarifas impostas por Washington e a retirada das sanções aplicadas a autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal.

“Eu tenho todo interesse em ter essa reunião, tenho toda disposição de defender os interesses do Brasil e mostrar que houve equívoco nas taxações ao Brasil, e eu quero provar isso”, disse Lula, que complementou. “Eu quero discutir um pouco a punição que foi dada a ministros brasileiros da Suprema Corte, que não tem nenhuma explicação, nenhum entendimento”, afirmou o presidente se referindo a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e sua esposa.

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Ainda de acordo com o petista, a expectativa é que a negociação possa restabelecer um diálogo “civilizatório” entre os dois países. Desde a eleição de Trump, o governo brasileiro se distanciou da da Casa Branca como viu os canais de comunicação com os EUA serem interditados graças a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto a aliados de Trump.

“Como eu acredito muito na negociação, como eu acredito muito na relação humana, eu estou convencido que a gente pode avançar muito nisso e voltar a uma relação civilizatória com os Estados Unidos”, completou, se cravar a possibilidade de um acerto com os EUA.

Apesar das tratativas avançadas, o encontro entre as autoridades brasileiras e norte-americanas ainda não foi confirmado pelos dois países.

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A reunião entre Lula e Donald Trump vem sendo articulada há semanas, desde que os dois tiveram um breve encontro durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Na ocasião, o presidente dos Estados Unidos afirmou que a conversa foi “muito positiva” e destacou ter havido “excelente química” com o líder brasileiro.

Desde então, interlocutores dos dois governos passaram a negociar os termos da reunião bilateral, marcada para domingo, na Malásia. Lula será o primeiro presidente brasileiro convidado a participar da Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, que ocorre entre esta sexta-feira e o dia 28 de outubro.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio