Lula sinaliza para retaliação caso não avance em negociação com os EUA: ‘Taxou aqui, a gente taxa lá'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a afirmar nesta sexta-feira (11) que quer negociar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a imposição das tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros importados pelo país norte-americano. Ele alertou, no entanto, que se não for possível avançar em um acordo, deve retaliar.

“Respeito muito a relação que o Brasil tem [com os EUA], política e comercial. Vou tentar brigar em todas as esferas para que não venha taxação. Vou brigar na OMC [Organização Mundial do Comércio], vou conversar com meus companheiros dos Brics. Agora, se não tiver jeito no papo, no tete-a-tete, nós vamos estabelecer a reciprocidade. Taxou aqui, a gente taxa lá. Não tem outra coisa a fazer”, declarou o presidente.

Lula declarou nos últimos dias que pode usar a Lei de Reciprocidade Econômica para resolver a questão. A norma autoriza o governo a adotar contramedidas às restrições impostas por outros países aos produtos brasileiros.

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O petista disse ainda que não faz “confusão” entre o comportamento do povo americano e o de Trump e criticou a forma como o republicano anunciou o tarifaço, em uma carta enviada pelas redes sociais.

“Eu todo dia assino muitas cartas para presidente. Eu assino cartas para muitos presidentes. Ele nem uma carta fez. Ele fez um negócio no site dele. Sentou no sofá, papapá. ‘Ô Lula, vou taxar se você não soltar o Bolsonaro, eu vou taxar’. Realmente, gente, essas pessoas não sabem o que é o respeito que nós temos pelo nosso país. Essa gente não sabe que nós não somos um povo qualquer”, concluiu.