O hacker Walter Delgatti Neto, condenado no caso da deputada Carla Zambelli (PL-SP), pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), deu entrada hoje com o pedido de progressão para o regime semiaberto. A informação é de que não há prazo ainda para que a solicitação seja analisada.
De acordo com o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira conversou com a reportagem da Rádio Itatiaia e disse que o preso tem intenção de concluir a graduação em Direito e que, já está matriculado em curso de qualificação profissional em almoxarife, aguardando vaga de emprego para trabalhar na cadeia.
Preso há dois anos, Delgatti foi transferido em fevereiro para a P2 de Tremembé (SP).A defesa aponta como argumentos para o pedido o cumprimento de 20% da pena de 8 anos e 3 meses e "ótimo comportamento carcerário, o que demonstra compromisso com o processo de readaptação e ressocialização”, que são requisitos necessários para a progressão de regime.
De acordo com a acusação da Procuradoria Geral da República (PGR), a invasão do CNJ foi feita em janeiro de 2023 com o objetivo de tirar a credibilidade do Judiciário e reforçar questionamentos à eleição de 2022.
Delgatti foi condenado pelo Supremo a 8 anos e 3 meses de prisão por invadir o sistema do CNJ e inserir documentos falsos, como uma ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes “assinada” por ele mesmo.
Já Zambelli está foragida na Itália, teve o nome incluído na lista da difusão vermelha da Interpol é alvo de um pedido de extradição feito pelo governo brasileiro, que quer trazê-la de volta para também cumprir pena no Brasil.
Ela foi acusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ser a mentora desse crime. Ela foi condenada a 10 anos de prisão e à perda do mandato. Atualmente, ela está de licença da Câmara, até que os deputados analisem o seu caso.
Antes de ser preso pela invasão do CNJ, Delgatti já tinha sido condenado em primeira instância a 20 anos de prisão por hackear autoridades públicas da antiga Operação Lava Jato.