O governo brasileiro enviou uma nova carta ao governo dos Estados Unidos cobrando resposta à proposta de negociação enviada em maio e manifestando indignação com o tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump sobre todos os produtos exportados pelo Brasil.
Assinado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo chanceler Mauro Vieira, o documento foi enviado via diplomática na terça-feira (15) e critica duramente o impacto da medida.
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“A imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países”, diz a carta.
O texto também reforça que o Brasil já buscava, desde abril, uma saída negociada e que apresentou uma proposta confidencial com áreas para diálogo, mas que até agora não teve retorno de Washington.
“O governo brasileiro ainda aguarda a resposta dos EUA à sua proposta”, afirmam os ministros.
Apesar da pressão de exportadores, o governo Lula decidiu não pedir o adiamento da tarifa, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
Pressão brasileira
Nesta quarta-feira (16), os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), se reuniram com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, para articular uma resposta unificada ao tarifaço americano sobre produtos brasileiros.
Durante a declaração conjunta, Davi Alcolumbre destacou que as tratativas devem ser conduzidas pelo Executivo.
“Tenho convicção que esse processo tem que ser liderado pelo Poder Executivo. Essa relação diplomática internacional tem que ser feita pelo chefe de governo, pelo chefe de Estado. Quero fazer um registro da satisfação de ter o vice-presidente liderando esse processo”, afirmou o senador.