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Dinheiro em ‘sacola de vinho': Mauro Cid conta que estimou valor pelo peso; Braga Netto nega

Mauro Cid e Braga Netto estiveram frente a frente em acareação no STF nesta terça (24)

O ex-ministro Walter Braga Netto (esq.) e o tenente-coronel Mauro Cid (dir.)

O tenente-coronel Mauro Cid voltou a dizer nesta terça-feira (24), em acareação com o general Braga Netto no Supremo Tribunal Federal (STF), que recebeu do ex-ministro de Jair Bolsonaro uma sacola com dinheiro em espécie no Palácio da Alvorada, em Brasília. A verba seria para ajudar a financiar os acampamentos de manifestantes dos 8 de janeiro em frente ao Quartel-General do Exército.

A acareação foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes e teve como objetivo esclarecer contradições entre as versões apresentadas pelos investigados.

Cid disse ter estimado o valor pelo peso da embalagem, já que o pacote estava lacrado. Braga Netto negou a entrega e afirmou que apenas encaminhou ao PL um pedido de recursos feito pelo próprio Cid.

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De acordo com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o dinheiro estava em uma embalagem de vinho e foi entregue no Alvorada. O militar afirmou que não abriu o pacote e, por isso, não viu o conteúdo.

Versão de Braga Netto

Braga Netto negou ter feito qualquer entrega de dinheiro. Segundo ele, durante uma conversa com Mauro Cid no Palácio da Alvorada, o tenente-coronel mencionou a necessidade de obter recursos junto ao Partido Liberal (PL). O general afirmou que encaminhou a demanda ao então tesoureiro do partido, coronel Azevedo, mas o pedido foi recusado.

Ele também negou ter buscado qualquer alternativa após a negativa. Apesar do embate direto, as versões continuam contraditórias. Cid reafirmou que Braga Netto disse que conseguiria o valor por outros meios e que, posteriormente, entregou o dinheiro no Alvorada.

Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia em Brasília.