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Congresso instala comissão para analisar MP da tarifa social de energia

Proposta prevê descontos e isenção na conta de luz para mais de 100 milhões de brasileiros, mas enfrenta impasse sobre fontes de custeio

Senador Eduardo Braga

Instalada nesta terça-feira (26), a comissão mista responsável por analisar a Medida Provisória que amplia a tarifa social de energia elétrica terá pouco mais de três semanas para concluir os trabalhos. O prazo final para votação da proposta no Congresso é 17 de setembro.

O colegiado será presidido pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), com relatoria do deputado Fernando Coelho Filho (União-PE). A expectativa, segundo Braga, é de que o relatório seja apresentado ainda na próxima semana, permitindo votação na Câmara já em agosto e, logo depois, no Senado.

A medida provisória foi enviada em maio e prevê desconto na conta de luz para 55 milhões de pessoas e isenção total para outros 60 milhões. Esse ponto é considerado consensual entre parlamentares. O impasse, porém, recai sobre a forma de financiamento. Uma das maiores preocupações é a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que custeia políticas públicas do setor e é bancado diretamente na tarifa pelos consumidores. O orçamento da CDE para 2025 está estimado em R$ 49,2 bilhões.

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Para Braga, a CDE representa um dos maiores desafios do setor e deve ser enfrentada em outras medidas provisórias, como a MP 1.304 e a MP 1.307. O senador também alertou para a insegurança jurídica caso a MP caduque. Ele discorda da posição do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que garantiu a manutenção do benefício mesmo nesse cenário. “Se caducasse, a resolução perderia eficácia e milhões de brasileiros poderiam ser prejudicados”, disse Braga.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.