Ouvindo...

Boulos vai reaproximar governo Lula de movimentos sociais, acredita presidente do PSOL

Alas da esquerda e o próprio presidente Lula tem cobrado a reaproximação do governo de movimentos ligados historicamente ao PT

Presidente nacional do PSOL, Paula Coradi

Reaproximar o governo Lula dos movimentos sociais e das camadas populares da sociedade é apontado por alas da esquerda como um dos principais desafios do agora ministro Guilherme Boulos (PSOL) à frente da Secretaria Geral da Presidência.

A pasta que era comandada por Márcio Macedo (PT) é considerada estratégica na interlocução do governo com movimentos sociais, estudantis e sindicais. Historicamente, esses segmentos sempre tiveram relação próxima com o governo do PT. No entanto, de uns tempos para cá, o próprio presidente Lula (PT) deu declarações públicas de que o partido e o governo precisam se aproximar dessas parcelas da sociedade.

Em maio do ano passado, no Dia do Trabalhador, em um evento em São Paulo, Lula reclamou da falta de “esforço necessário” para convocar os trabalhadores para o ato. Ao apresentar Macedo ao público, Lula disse que ele era o responsável pelo movimento social brasileiro. Na oportunidade, o presidente disse aos trabalhadores que o ato foi mal convocado e ressaltou que havia falado isso pessoalmente para o próprio ministro.

A Itatiaia conversou com integrantes de partidos de esquerda e representantes de movimentos sociais que, reservadamente, disseram que o governo Lula precisava dar uma cara “mais popular” ao governo e que disseram que estão otimistas com a nomeação de Boulos.

Em entrevista à Itatiaia, a presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, evitou fazer críticas à gestão de Macedo. No entanto, ao ser questionada, Coradi afirmou que Boulos conseguirá trazer os movimentos sociais para perto do governo e levar as pautas importantes para esses segmentos ao Palácio do Planalto.

“Acredito que Boulos, pela liderança que ele exerce, ele tem capacidade política de aproximar ainda mais os movimentos sociais do governo. Então eu acredito que ele conseguirá fazer essa aproximação do governo com os movimentos sociais, com parcelas da sociedade civil e levar as agendas que realmente importam para o povo brasileiro, como é o fim da escala 6 por 1, como é a taxação dos super ricos. Então eu acredito que ele vai cumprir um uma tarefa nesse sentido e que ele tem muita capacidade política para exercê-la”, pontua.

O fim da escala 6 por 1 e a taxação dos super ricos são agendas importantes para as camadas mais populares e desafios que a presidente do PSOL acredita que Boulos irá se envolver.

“Nós conseguimos a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, graças a muita mobilização e acredito que o maior desafio é esse. É como a gente consegue conquistar vitórias políticas nas agendas que interessam o povo brasileiro dentro de um contexto tão desfavorável em relação ao Congresso, tanto no Senado quanto na Câmara Federal”, conclui.

Interlocutores garantem que Boulos não disputará as eleições como deputado no ano que vem. Com isso, o político do PSOL não deixará o governo em abril, mês que a justiça eleitoral obriga os ministros a deixarem os cargos, caso queiram disputar as eleições.

Já Macedo não deve ocupar assumir outro cargo e deve investir na campanha para deputado federal pelo Sergipe. Dos oito parlamentares que representam o estado, apenas um deputado é do PT.

Leia também

Correspondente da Rádio Itatiaia em São Paulo. Ingressou na emissora em 2023. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. Na Band, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na Band News FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do Band News TV. Em 2023, foi reconhecido como um dos 30 jornalistas mais premiados do Brasil.