A CPMI do INSS vai ouvir nesta quinta-feira (23), às 9h, o ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, e sua esposa, a empresária Thaisa Hoffmann Jonasson. Ambos são citados em investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) que apuram um esquema de
Virgílio foi afastado do cargo em abril, por determinação da Justiça Federal, no mesmo dia em que a PF deflagrou a Operação Sem Desconto, que investiga o suposto conluio entre servidores públicos e entidades associativas. Segundo as apurações, o ex-procurador teria recebido R$ 11,9 milhões por meio de empresas e contas bancárias em nome da esposa, valores incompatíveis com sua renda como servidor.
O senador Izalci Lucas (PL-DF), autor de um dos requerimentos de convocação, afirmou que as investigações colocam Virgílio “no centro da fraude” e não como mero observador. Para o parlamentar, os indícios apontam que o ex-procurador, que deveria zelar pela legalidade dentro do INSS, “pode ter se tornado um dos arquitetos do desvio de recursos que atingiu aposentados e pensionistas”.
A convocação também foi assinada por Carlos Viana (Podemos-MG), Eliziane Gama (PSD-MA), Fabiano Contarato (PT-ES), além dos deputados Paulo Pimenta (PT-RS), Beto Pereira (PSDB-MS), Adriana Ventura (Novo-SP) e Duarte Jr. (PSB-MA).
Esposa de ex-procurador deve esclarecer movimentações financeiras
A empresária Thaisa Hoffmann Jonasson, sócia da THJ Consultoria Ltda. e de outras empresas, também será ouvida pelos parlamentares. Ela é investigada por participar da intermediação de pagamentos e movimentação de valores suspeitos ligados ao esquema.
O depoimento de Thaisa foi solicitado por Izalci Lucas, pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) e pelos deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS), Luiz Lima (Novo-RJ), Adriana Ventura (Novo-SP) e Sidney Leite (PSD-AM).
Segundo o requerimento apresentado, as empresas em que Thaisa figura como sócia, entre elas Curitiba Consultoria em Serviços Médicos S.A., THJ Consultoria Ltda. e Centro Médico Vita Care, teriam sido usadas para movimentar recursos desviados.
A Advocacia-Geral da União (AGU) aponta que essas pessoas jurídicas formariam o núcleo de intermediação financeira da fraude, com sede em Curitiba (PR).