Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22/11) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por descumprir reiteradamente medidas cautelares e representar risco de obstrução de Justiça. A decisão, preventiva, foi tomada antes da fase de execução da
A OPERAÇÃO DE PRISÃO
A ação começou ainda de madrugada, com agentes posicionados nos acessos do condomínio e reforço da vigilância que já monitorava a casa do ex-presidente 24 horas por dia desde agosto. Por volta de 6h05, os policiais bateram à porta e entraram de forma discreta, evitando qualquer aglomeração de apoiadores. Bolsonaro foi informado da ordem de prisão ainda no quarto e não apresentou resistência, segundo relatos.
O comboio deixou o condomínio às 6h32 em dois carros descaracterizados e uma viatura de apoio. Às 6h54, o ex-presidente já estava na Superintendência da PF, que rapidamente foi isolada para reforço de segurança.
POR QUE BOLSONARO ESTAVA EM PRISÃO DOMICILIAR
A prisão preventiva determinada hoje se apoia em um histórico de violações. Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após Moraes considerar que o ex-presidente descumpriu uma série de cautelares impostas em 18 de julho, em um inquérito da PGR que apura obstrução de Justiça e atentado à soberania.
Entre as restrições determinadas pelo STF estavam:
- uso de tornozeleira eletrônica;
- recolhimento noturno;
- proibição de contato com diplomatas;
- proibição de transmissões on-line e uso de redes sociais.
Apesar disso, Bolsonaro manteve lives, aparições públicas e comunicação com aliados. Os episódios decisivos ocorreram nos dias 3 e 4 de agosto:
- Nikolas Ferreira exibiu um vídeo de Bolsonaro em chamada durante manifestação;
- Flávio e Carlos Bolsonaro divulgaram vídeo do pai falando com apoiadores;
- O ex-presidente circulou livremente por Brasília no dia 4, padaria, barbearia, lotérica e sede do PL, mesmo com tornozeleira e restrições vigentes.
Todo esse conjunto foi entendido pelo STF como desrespeito deliberado às ordens judiciais, resultando na prisão domiciliar.
A CONDENAÇÃO DE 27 ANOS
O episódio desta manhã se soma ao processo em que Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF em 11 de setembro, por 4 votos a 1. Os ministros consideraram que ele:
- chefiou uma organização criminosa armada;
- tentou abolir violentamente o Estado Democrático de Direito;
- praticou golpe de Estado;
- causou danos ao patrimônio da União e a bem tombado.
A Turma também rejeitou os embargos dos demais condenados da trama golpista, cujas penas variam de 16 a 27 anos.
O QUE ACONTECE AGORA
Com a prisão preventiva decretada, Bolsonaro permanece na Superintendência da PF enquanto o Supremo define o regime inicial de cumprimento da pena. A defesa deve apresentar ainda hoje novos pedidos para tentar reverter a decisão. A PF reforçou a segurança do prédio e monitora movimentos de apoiadores na capital.