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Audiência aponta obras e investimentos contra enchentes em BH; vereador critica demora

A Urbel apresentou um conjunto de obras de drenagem em execução, voltadas para a redução dos impactos das enchentes em diferentes regionais da cidade

Câmara Municipal de Belo Horizonte

A Comissão Especial de Estudo sobre Obras de Contenção de Enchentes e Riscos Geológicos da Câmara Municipal de Belo Horizonte discutiu, em audiência pública, as intervenções em andamento e as previstas na capital. A reunião contou com a participação da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) e da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).

A Urbel apresentou um conjunto de obras de drenagem em execução, voltadas para a redução dos impactos das enchentes em diferentes regionais da cidade. Já a Sudecap detalhou quatro obras de macrodrenagem, com investimento de cerca de R$ 388 milhões; oito projetos em andamento, no valor de R$ 14 milhões; e 13 a serem licitados, estimados em R$ 518 milhões. Até 2028, a previsão é de R$ 952 milhões investidos.

Entre os exemplos citados pela Sudecap estão a bacia de detenção no bairro das Indústrias, com 51,32% de execução e entrega prevista para setembro; o Córrego do Leitão, com 13,8% e conclusão em outubro de 2025; e o Córrego Barreiro, com 32,67% e previsão para dezembro de 2025. Também foram levantados projetos em fase interna, com previsão de início de obras e definição de recursos.

Durante a audiência, vereadores questionaram se todas as intervenções têm recursos assegurados. A Sudecap respondeu que parte delas sim, mas não apresentou detalhamento completo. Entre os encaminhamentos, estão o asfaltamento no bairro Montes Claros e a entrega dos estudos de fundação das obras apresentadas.

O presidente da comissão, vereador Uner Augusto (PL), avaliou que as informações permitem um diagnóstico mais preciso, mas criticou a demora na execução de projetos antigos. “Nós buscávamos informação de quais são as obras, tanto de macrodrenagem quanto de microdrenagem em execução na cidade. É importante fazer um grande diagnóstico para saber onde atacar os problemas. Eu acredito que as obras que estão em execução vão solucionar parte dos problemas, mas o que me preocupa é que muitas das obras ainda em execução dizem respeito ao orçamento participativo de 2003, 2004, 2013, 2014. Ou seja, não podemos demorar tanto para executar uma obra que já era para ter sido feita”, disse.

Ele ainda alertou para o risco de novos desastres e cobrou mais rapidez. “Todos os casos de desabamento e desastres que observamos agora em 2025 e 2026, espero que não aconteça, são frutos de uma certa negligência e de um certo descaso. A importância da nossa comissão é contribuir para que essas obras avancem com mais velocidade. Espero que consigamos uma resposta mais célere do Poder Executivo”, disse.

Uner afirmou ainda que a Prefeitura já possui recursos para parte das intervenções, mas que novos empréstimos em tramitação na Câmara, junto ao BNDES e BID, devem financiar obras futuras.

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Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.