Uma cerimônia simbólica no prédio da Procuradoria-Geral de Justiça, em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (5), marcou o início da execução do Anexo 1.1 do
O Anexo integra o Programa de Reparação Socioeconômica previsto no Acordo Judicial e prevê a destinação de R$ 3 bilhões para projetos que serão definidos pelas próprias comunidades atingidas pelo
De acordo com o promotor de Justiça e coordenador-geral do Núcleo de Acompanhamento de Reparações por Desastres do MPMG, Leonardo Castro Maia, o próximo passo é a estruturação dos projetos. “Foi feito um diagnóstico de danos e os atingidos poderão deliberar, a qualquer momento, por modificações e aperfeiçoamentos na implementação do Anexo. Existe uma entidade gestora escolhida e validada por eles, que irá fazer o trabalho de mobilizar as pessoas junto com as Assessorias Técnicas Independentes”, explicou.
Ele detalhou que, no início, serão desenvolvidos os projetos menores e mais simples, para que, posteriormente, os projetos mais complexos sejam executados. A primeira governança será composta por atingidos da chamada “zona quente”, que estão mais próximos do rio e que perderam familiares na tragédia. “As decisões irão partir delas, mas poderemos, sim, apoiá-las, se assim decidirem. O MP irá fiscalizar o cumprimento, de modo que essa mecânica, inclusive de participação, funcione”, disse.
‘Sonhado’ Anexo 1.1
Atingidos dos vinte e seis municípios também acompanharam a cerimônia. A produtora rural Lindaura Prates Pereira, de São Joaquim de Bicas, disse à Itatiaia que, desde que o rompimento da barragem aconteceu, em 2019, grande parte da comunidade dela não conseguiu mais retomar as plantações por conta da lama e dos rejeitos deixados no terreno. “Minha subsistência ficou comprometida — todas as plantações de milho, feijão, amendoim, inhame e banana”, contou.
Lindaura explicou que o Anexo 1.1 é parte de uma história de muitos anos de luta, e que espera que a data fique marcada como uma celebração da batalha “pela sobrevivência”. “No momento do rompimento, tivemos várias famílias doentes, muitos distúrbios mentais, porque usávamos o rio para tudo. Os pescadores, por exemplo, não podem mais pescar, então várias pessoas tiveram depressão, crianças também. É uma devastação muito grande”, afirmou.
Em coletiva de imprensa, o
*** Matéria em atualização.