A Procuradoria da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) analisa um pedido de censura protocolado pela vereadora Jhulia Santos (PSOL) contra o também vereador Pablo Almeida (PL).
O requerimento de censura, que, simplificando, é uma espécie de pedido de punição contra um parlamentar que tenha se portado de maneira inadequada, surgiu após Jhulia se sentir ofendida por Pablo. Durante o plenário dessa terça (8), o vereador teria dito, durante a discussão de um projeto de lei, que “molduras boas não salvam quadros ruins”. “Minha filha, não adianta não, não tem jeito. Para melhorar você, só nascer de novo”.
De acordo com Jhulia, a declaração de Pablo surgiu após ela criticar um projeto de lei que estava sendo votado, que
“Ele (Pablo) esperou eu sair do plenário para proferir as ofensas, e a gente lamenta profundamente que a Casa não tenha um posicionamento mais firme em relações a essas violências, né? Eu, particularmente, sistematicamente tenho sofrido violências nessa Casa, tanto em plenário quanto nas redes sociais de vários colegas vereadores, entendendo que eles são responsáveis também pelas suas redes sociais”, relatou a vereadora, que pediu um posicionamento da Câmara sobre o ocorrido.
“Não tem nada ainda que foi feito que repreendesse esse tipo de postura. A vereadora Iza (Lourença) também já foi vítima de violência, quase que física. A gente espera profundamente que a Casa se posicione, que esse vereador seja advertido e que a gente possa trabalhar”, completou Jhulia Santos.
Caso a Procuradoria dê prosseguimento ao pedido de censura, a Mesa Diretora da Câmara deve proceder com a leitura de uma reparação pública do vereador. Em caso de reincidência, pode haver afastamento temporário do exercício do mandato.
Na sessão plenária desta quarta (9), parlamentares do PSOL e do PT prestaram solidariedade à Jhulia Santos.
Procurado pela reportagem, Pablo Almeida ainda não se manifestou sobre o pedido de censura. O espaço segue aberto.